Da demissão do delegado às interferências da ap de Sofala: Barulho no atletismo estende-se ao centro
O BARULHO no atletismo está a atingir, a cada dia, contornos alarmantes. Depois do já conhecido ambiente de crispação na Federação Moçambicana da modalidade (FMA), onde o presidente é acusado de incompatibilidade e o seu secretário-geral de comportamento pouco ortodoxo, agora a celeuma vem das bandas de Chiveve.
Na Beira o ambiente é de “cortar à faca” entre o delegado regional-centro da FMA, António Mavila, e a Associação Provincial de Atletismo de Sofala.Mavila acusa esta entidade de interferir em todo o seu trabalho desde que foi nomeado. Em contrapartida, a associação indicia António Mavila de ser um grande “calcanhar de Aquiles” ao desenvolvimento do atletismo naquela parcela do país.
Em face desta situação, António Mavila apresentou, quarta-feira, demissão do cargo de delegado regional-centro, deixando um vazio, para além de colocar o presidente da FMA, quem o nomeou, com influência reduzida naquela zona.Mavila alega dois motivos: incompatibilidade e sabotagens por parte de pessoas que, segundo ele, não sabem estar no desporto.
“Demito-me por duas razões: a primeira prende-se com a incompatibilidade entre as funções que desempenho na FMA e o facto de ser funcionário da Direcção Provincial da Juventude e Desportos. A segunda situação é o facto de não compactuar com pessoas que não sabem estar no desporto”, avançou.
De seguida, o demissionário explicou-se com mais detalhes: “desde que assumi o cargo de delegado regional, a minha relação com a associação provincial nunca foi cordial, foi sempre tensa. Nunca houve entendimento, eles nunca estiveram a favor do meu trabalho, pelo contrário sempre sabotaram-me”, esclareceu.
António Mavila adiantou que já fez chegar uma missiva ao presidente da FMA que neste momento encontra-se fora do país, a colocar o seu lugar à disposição. Mesmo ainda sem resposta (até na manhã de ontem), Mavila garantiu que da sua parte a decisão está tomada.
“Já me demiti, independentemente daquilo que vier a ser a opinião do presidente. Tive sempre uma boa relação com ele, mas infelizmente não vou continuar. Doravante vou apoiar o atletismo em outros aspectos, mas como delegado não”, rematou.
Refira-se que as figuras de delegados regionais são inovações do actual presidente da FMA, Shafee Sidat.
NUNCA RECONHECEMOS MAVILA
Em jeito de reacção, a Associação Provincial de Atletismo de Sofala, através do seu secretário-geral, Tito Muliga, afiançou que a instituição que representa não reconhece e nunca legitimou Mavila como delegado regional-centro da FMA.
“Nós conhecemos Mavila já há bastante tempo como um cidadão daqui da cidade da Beira, mas não como delegado regional-centro da FMA. Aliás, nunca nos foi apresentado como delegado, mesmo na lista da candidatura a presidente da FMA de Shafee Sidat não constava o nome dele. Como é que ele é nomeado à revelia da associação?”, questiona.
Foi mais longe indicando que Mavila tem sido uma verdadeira “pedra no sapato” da Associação Provincial de Atletismo, não compreendendo por que insisti em desempenhar as funções sem reunir consenso.
“Ele está a mando dos seus patrões. Não está ao serviço do atletismo. Nós não o consideramos delegado, porque, por outro lado, está numa situação de incompatibilidade como o seu presidente que está num “fogo-cruzado” devido à mesma situação”.Muliga acrescentou ainda que a FMA é uma instituição cheia de problemas.
Fonte:Jornal Noticias