Fer. de Maputo,3-Académica,0: A ousadia tem preço
E QUEM pagou a factura de jogar de forma destemida contra “Golias” foi a Académica, uma equipa de uma divisão secundária e, que em pelo mítico Estádio da Machava quis discutir a eliminatória com o Ferroviário, gigante com mitos “quilómetros” de jogos de maior exigência.
Como era de esperar, o desafio começa com um Ferroviário completamente balanceado ao ataque, procurando o mais cedo possível resolver a partida, que sendo da Taça, tudo era de esperar, pois surpresas não faltam.
As oportunidades criadas durante este domínio total e completo dos “locomotivas” foram sendo desperdiçadas, sobretudo pelo perdulário Mauro. Os “estudantes” só acordaram a partir dos 15 minutos e até conseguiram equilibrar, usando o sistema de contra-ataques em bloco como “armas” para chegar à baliza à guarda de Germano.
Ousada, a Académica conseguiu criar duas jogadas dignas de realce. A primeira foi aos 19 minutos quando na “boca” da baliza, Paulo atirou escandalosamente por cima. Nelson, de cá do meio da rua, desferiu um remate que saiu a escassos centímetros da baliza “locomotiva”, numa primeira parte sem golos.
No reatamento, os pupilos de Danito Nhampossa entraram dispostos a resolver. De novo um domínio logo no arranque e que foi coroado com um golo de belo efeito apontado por Butana. Há um contra-ataque pelo corredor central, a bola é bombeada para a direita onde surgiu Butana, que na tentativa de cruzar, viu a bola a ganhar efeito, traindo Xavito para o 1-0, passavam 56 minutos.
Os “estudantes” foram atrás do prejuízo, esquecendo-se que estavam perante uma “velha raposa” do futebol nacional, tendo pago caro por isso. Os comandados de Alcides Chambal subiram em demasia no terreno, uma ousadia, aliada ao excesso de confiança que foi fatal, embora na cobrança de um livre à esquerda, estiveram perto do empate, com Germano a defender de forma apertada.
A estas alturas o jogo estava, mais do que nunca, aberto e o Ferroviário passou a privilegiar as contra-ofensivas, com Diogo a ser “carregador” de piano. Num desses contra-ataques, Mauro fez um portentoso remate ao lado, para de seguida, desperdiçar um golo na “cara” de Xavito, após uma assistência fenomenal à diagonal, diga-se, de Diogo.
Mauro não marca, Barrigana, acabado de entrar, mostrou como se faz. Jogava-se o 86º minuto, quando o médio “locomotiva” recebeu de cabeça um cruzamento de Diogo à esquerda para ampliar o marcador, num lance em que se exigia mais da defensiva “estudantil”.
O Ferroviário mandava de forma absoluta no jogo. Na sequência de um livre, Barrigana viu o seu remate a ser devolvido pela trave, onde na recarga surgiu Danito com tudo para fazer o 3-0, a atirar tumultuosamente ao lado. Mas o golo surgiu logo a seguir com Eurico (também acabado de entrar) a fechar a contagem no último segundo dos três minutos de compensação, ao aproveitar uma recarga que antecedeu um remate forte de Diogo para uma defesa incompleta de Xavito.O trabalho de Adolfo Chitache e sua equipa não sofre contestação, até porque o jogo em si foi pacífico.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRO: Adolfo Chitache; coadjuvado por Adão Chitache e Carlos Guambe. Farisse Joao foi o quarto.
FERROVIÁRIO: Germano; Butana, Zabula, Jeitoso, David, Andro (Eurico), Mambucho, Tchitcho, Diogo, Mauro (Danito) e Luís (Barrigana).
ACADÉMICA: Xavito; Domingos, Ventura, Manhiça, Euclides, Florido, Paulo (Hilário), João, Nelson, Wemba e Matias (Genito).
Fonte:Jornal Noticias