Liga Muçulmana, 4 - Águias Especiais, 0: Números incontestáveis
ADMITIMOS que as Águias Especiais são doutro campeonato, mas a forma como a equipa se apresentou diante da Liga Muçulmana na tarde de sábado denunciava mais falta de discernimento e coesão no seio do grupo, do que propriamente factores competitivos.
Dito em outras palavras, não foi pelo facto de os “ polícias” militarem no Campeonato da Cidade de Maputo que fez com que não tivessem criado sequer uma jogada digna de realce em toda a partida, mas sim pela falta de qualidade dos seus atletas, o que resultou num pobre espectáculo.
O jogo começou com os “muçulmanos” a apertarem não dando qualquer espaço para o adversário assentar o seu jogo. A Liga foi empurrando, empurrando, até que aos 20 minutos Muandro abrisse o activo, numa jogada rápida de ataque.
A partir daí muitos esperavam algo dos “polícias”, mas infelizmente esses eram apertados ainda no seu reduto mais recuado, com Josimar, Telinho, Sonito, Muandro e com o precioso apoio de Mohamed Hagy a serem os principais carrascos do quinto classificado do Campeonato da Cidade.
Litos, treinador da Liga, sabia que tratando-se de um jogo da taça tudo era possível, daí que apostou numa equipa eminentemente ofensiva, a jogar com quase três avançados fixos e com uma defensiva bem atenta e instalada no meio-campo.
Com os campeões nacionais a jogarem assim os “polícias” desempenhavam o papel de andar atrás da bola, por isso foi com toda naturalidade e, acima de tudo, facilidade com que os “muçulmanos” chegaram ao segundo golo por Telinho, passavam 34 minutos.
Com este golo as Águias já começavam a se conformar com o resultado, jogando na expectativa, mas a Liga não dava tréguas nem sequer uma brecha para contra-ataque.
No segundo tempo, a Liga pressionou ainda muito mais. Litos apostou numa equipa que atacava pelas alas pois apercebeu-se das fragilidades dos laterais adversários. Zé Luís e depois Carlitos, é que carregavam e Josimar e Miro é que “tocavam o piano” pelos flancos, sendo que a Ítalo e Aguiar coube o papel de “dançarinos”.
O brasileiro marcou aos 62 minutos, enquanto Aguiar teve a mesma sorte aos 70. São golos que não isentam o guardião Wilson de culpas, pois nos dois lances teve saídas em falso.
O resultado não mais se alterou, mas a Liga podia ter enchido o “saco”, dado que os “polícias” demonstraram estar furos muito abaixo dos “muçulmanos”, fragilidades que foram notórias inclusive nos aspectos físico e táctico.
Arão Júnior, árbitro do encontro, fez um bom trabalho, pese embora o espectáculo tenha sido muito pobre.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRO: Arão Júnior, auxiliado por Carlos Júnior e Joaquim Sambo. Faísca João foi o quarto árbitro.
LIGA MUÇULMANA: Caio, Miro, Zé Luis, Hagy (Ítalo), Telinho (Isac), Cantoná, Sonito, Josimar, Chico, Muandro (Carlitos) e Aguiar.
ÁGUIAS ESPECIAIS: Wilson, Ricardo, Betinho, Jorge (Lino), Gito, Paito (Alex), Samito (Neto), Gamara, Anelka, Xavier e Sisqo.
Fonte:Jornal Noticias