Homenagem a Nelinho: Como é bonito ter amigos…
DESDE a geração de Miguel dos Santos, já retirada dos relvados há mais de duas décadas, até à de jogadores como Dário Monteiro, ainda no activo, foi um entrelaçamento ímpar dos mais sonantes nomes do nosso futebol, tendo como denominador comum prestar uma merecida e justa homenagem a um colega que ao longo da sua carreira não somente foi um excelente jogador como também uma pessoa correcta nas mais variadas vertentes humanas.
Todos quiseram estar presentes, porque realmente era importante estar. Todos quiseram jogar, porque dessa forma contribuíam com o melhor daquilo que lhes projectou na ribalta para a despedida das quatro linhas de um futebolista por todos admirado. Enfim, todos quiseram falar, porque de facto se impunha falar e com as suas palavras enaltecer os feitos de um meio-campista com uma arte rara e cuja forma de jogar maravilhava a vista de todos.
Pois, foi assim na tarde de sábado, no campo da Liga Muçulmana, num memorável concerto de “estrelas” com o objectivo de homenagear Nelinho, que no culminar de uma carreira muitíssimo bem sucedida pendura as “chuteiras” e vai, doravante, abraçar a carreira de treinador.
Dário Hamide, homem do futebol que acompanha os “Mambas” em todas as deslocações, amigo de jogadores e de todos quantos se identificam, no bom sentido, com esta modalidade das massas, foi quem teve a iniciativa e deitou as mãos à obra. Convidou um sem número de craques e todos pronta e incondicionalmente acederam, mostrando que efectivamente são amigos de Nelinho. Colegas no Desportivo, onde foi campeão duas vezes; colegas no Costa do Sol, onde igualmente conquistou o título em duas ocasiões; colegas na selecção, adversários e muitos outros se juntaram neste aplaudido evento.
Enumerar a todos pode ser difícil, mas vejamos a rica lista de craques que não se intitulam amigos de Nelinho, mas realmente o são e o demonstraram nesta homenagem: Miguel dos Santos, Chiquinho Conde, Tico-Tico, Nana, Ali Hassan, Dário Monteiro, Nacir Armando, João Chissano, Mano-Mano, Tomás Inguana, Zé Bernardo, Sérgio Faife Matsolo, Gonçalves Fumo, Avelino, Cláudio Tonetti, Luisinho, Chandó, Tonecas, Fala-Fala, Bobo, Arão Chilaúle, Adino e Tembe.
Mas também estiveram outros que, não sendo exactamente grandes futebolistas, também não são de todo desconhecidos, como são os casos do próprio organizador do evento, Dário Hamide, Cuca, Castelo, Paulão, Celso Correia, Bruno Morgado, Faruk Sidat, Lilás, para não falar de dois ilustres presidentes: Arão Nhancale, do Município da Matola, e Feizal Sidat, da Federação Moçambicana de Futebol. Um músico, Zico, dos melhores da praça, jogou e… cantou.
Porque jogadores de futebol rimam com jogo de futebol, assistimos a uma partida em que, essencialmente, serviu para recordar os bons velhos tempos daquela “malta” toda e, como muito bem disse Zé Bernardo, quem sabe não desaprende, daí que foram 90 minutos agradáveis de se presenciar e com o público a deliciar-se daquele luxuoso prato servido no relvado da Liga Muçulmana.
O resultado? Bom, era o que menos interessava, no entanto, para a história ficou a vitória da equipa dos Amigos de Dário Hamide sobre os Amigos de Nelinho por 6-4. Pelos vencedores, marcaram Chiquinho Conde (dois), Nana, Faruk Sidat, Bruno Morgado e Gonçalves Fumo, enquanto Tomás Inguana, Avelino, Fala-Fala s Castelo assinaram os tentos dos derrotados.
No final, foi entregue um troféu ao homenageado, que se fazia acompanhar pela esposa, filhos, pai e irmão. Refira-se que todas as camisolas do jogo ostentavam o número 6, o mítico 6 de toda a carreira de Nelinho, concluída no Ferroviário de Nampula.
Fonte:Jornal Noticias