Marcado para o pavilhão do Estádio 26 de Março, a partir das 14.00 horas (16.00 do Maputo), o desafio entre Moçambique e Nigéria irá abrir os quartos-de-final do Afrobásquete Mali-2011, numa tarde que, inevitavelmente, será marcada por alegrias e tristezas, pois enquanto uns solidificarão a sua posição de lutar pelo título, com a qualificação para as meias-finais, outros terão os seus objectivos a ruir.
Os jogos, fundamentalmente, são uma mistura de grandes selecções, verdadeiras candidatas ao apuramento para os Jogos Olímpicos de Londres-2012, como são os casos do Senegal, Mali, Angola, Moçambique e Nigéria; e de à partida “outsiders” que, no entanto, bater-se-ão por uma possível surpresa, nomeadamente RD Congo, Costa do Marfim e Camarões.
Especificamente em relação à nossa selecção, será a terceira vez, em menos de um mês, que defrontará as nigerianas. Nos X Jogos Africanos Maputo-2011, as moçambicanas ganharam na fase de grupos, mas, no desafio decisivo de atribuição da medalha de bronze, baquearam, desiludindo o sonho de milhões de concidadãos representados por milhares de almas eufóricas e também sofredoras presentes no pavilhão do Maxaquene na fatídica noite de 11 de Setembro – coincidentemente, 10 anos depois do fatídico 11 de Setembro nova-iorquino.
Em Bamako, o seleccionador nacional entende que o facto de se tratar de um adversário já conhecido traz algum conforto à equipa, sobretudo porque, fazendo a leitura do desafio anterior, dá a possibilidade de se rectificar os erros então cometidos, daí a preparação entre ontem e hoje ter incidido essencialmente nesses aspectos. Por isso, segundo Carlos Alberto Niquice (Bitcho), se as atletas estiverem iguais a si próprias, a hipótese de vitória é muito grande, apesar de alguns momentos de ausência, entre aspas, que o técnico acha que têm sido fatais.
“Temos conversado com as jogadoras e chamado à atenção no sentido de minimizarmos esses períodos de ausência. Hoje, temos que tirar partido do facto de a Nigéria estar a revelar alguns sinais de cansaço. Para tanto, temos que adoptar uma estratégia essencialmente virada para a redução do potencial ofensivo das nigerianas, que é muito grande, principalmente nos bloqueios indirectos para libertar o lançador”, elucidou o técnico moçambicano, acrescentando que, paralelamente, será necessária uma grande precaução ao nível das postes, dado que também são muitos fortes e, ganhando posição frontal, facilmente convertem ou ganham falta em baixo da tabela.
Nos dois últimos dias de competição, Moçambique foi cardápio das “águias” malianas, que venceram por 30 pontos (73-43), assim como fez uma super festa frente ao Gana, sobre quem triunfou por uma diferença de 69 pontos (106-37).
Ora, analisando estas duas situações díspares, Bitcho diz que a vitória sobre as ganesas serviu de tónico para a equipa, e a partida em si foi tranquila, as atletas jogaram sem pressão e aí puderam exibir um pouco do seu potencial. “Já marcámos mais triplos, fomos muito mais eficazes no lançamento exterior e com jogadas bem elaboradas. Por isso, ficamos satisfeitos, principalmente do ponto de vista psicológico”, sublinhou o “mister”.
E contra o Mali? O seleccionador diz que é difícil encontrar uma explicação exacta para tamanho cataclismo, todavia, não deixa de dar os parabéns às suas jogadoras, argumentando que estiveram muito bem em termos anímicos, só que houve registaram-se os tais momentos de ausência que acabaram sendo fatais.