NÃO foi nada fácil para a Liga Muçulmana levar de vencida o Chingale. A equipa “
muçulmana”, que partia para este desafio com a clara intenção de vencer, de forma a manter intacta a sua liderança, encontrou pela frente um adversário bem estruturado e que também procurou acercar-se com perigo da baliza de Nelinho, sobretudo na primeira parte.
Aliás, na etapa inicial, os comandados de Artur Semedo não tiveram uma exibição por aí além. Perante a bem organizada formação de Sérgio Faife, que tinha em Zé e Hilário as unidades mais esclarecidas, o conjunto “muçulmano” denotou dificuldades ao longo dos primeiros 45 minutos para assumir por completo as rédeas do jogo.
Momed Hagy e Carlitos, jogadores que tinham a missão de criar jogo no meio-campo, tinham dificuldade em se soltar e oferecer aquela largura de jogo que tanto precisava, até porque era fundamental explorar o repentismo de Ítalo, Telinho e Muandro, que surgiam quase sempre a rasgar pelas alas.
Foi preciso esperar até aos 22 minutos para se assistir à primeira situação de perigo. Muandro, na sequência de um pontapé de canto, cabeceou para a defesa de Joaquim.
No intervalo, a equipa técnica terá chamado a atenção aos jogadores para esse facto, visto que, logo aos três minutos, a Liga criou uma clara oportunidade de golo, algo que não tinha conseguido fazer em toda a primeira parte.
A Liga tinha a intenção de marcar nos primeiros minutos, e isso veio a confirmar-se quando, passados dois minutos, Muandro, em posição privilegiada para inaugurar o marcador, remata e a bola bateu nos pés de Jerry, que se portou como um defesa.
Jerry, a meio da segunda parte, foi expulso por ter protestado com o árbitro da partida, por este estar a permitir jogo violento frequente por parte da defesa contrária. Arlindo Silvano não perdoou o avançado e, com um duplo cartão amarelo, deixou a Liga a jogar com menos um homem.
Mas, surpreendemente, a Liga Muçulmana em desvantagem numérica engrandeceu-se e chegou ao golo merecido. À passagem dos 75 minutos, Dário Khan desferiu um portentoso remate que só parou no fundo da baliza tetense. Este tento surge numa altura em que os ânimos estavam exaltados, já que, minutos antes, tinha sido anulado um golo a Mucuapele. O árbitro do encontro considerou fora-de-jogo, ao entender que Telinho participou activamente no lance, quando a bola se encaminhava para Mucuapele.
Após o golo, a Liga passou a controlar a seu belprazer o encontro, com trocas de bola muito bem feitas, facto que deixou o Chingale sem argumentos para sequer chegar à igualdade.
Arlindo Silvano teve uma actuação razoável. Em certos lances mais arrojados, podia ter sido mais rigoroso do ponto de vista disciplinar.
FICHA TÉCNICA:
Árbitro: Arlindo Silvado, auxiliado por Célio Mugabe e Arsénio Marrengula. Quarto árbitro: Paiva Dias.
LIGA MUÇULMANA - Nelinho; Narciso, Mucuapele, Dário Khan e Muandro (Nelson); Carlitos, Momed Hagy, Telinho e Ítalo (Micas); Jerry e Maurício (Mustafá)
CHINGALE - Joaquim; Fred, Luís, Tony e Hagy (Norito); Zé, Maurício, Hilário (Manecas) e Goodfrey; Magaba (Gabito) e Paulo
Acção disciplinar: cartão vermelho para Jerry e amarelo para Mucuapele
Golo: Dário Khan (75 minutos)
Fonte:Jornal Noticias