MOÇAMBOLA-2010 - Costa do Sol, 0-Desportivo,1: Valente “tiro” de Muandro
NUMA partida de futebol muito “amarrada” a meio-campo e com os jogadores muito presos à táctica de contenção de bola implementada pelos técnicos, Muandro, médio ofensivo do Desportivo, acabou sendo o mais esclarecido, já que foi dos seus pés que saíram algumas das melhores jogadas e um valente “tiro” que deu a vitória sobre o Costa do Sol, por 1-0.
O golo de Muandro, apontado na sequência de um livre directo, a cerca de 30 metros da baliza, levantou o campo do Costa do Sol até os adeptos “canarinhos” terão se deliciado com aquela verdadeira obra de arte.
Momento sublime do clássico entre o Costa do Sol e o Desportivo, que aconteceu já perto do final da primeira, e que de certa forma veio trazer mais competitividade e interesse para os escassos três minutos que faltavam e para a etapa complementar. É que se assistiu, em particular nos primeiros 45 minutos, a um jogo muito combativo na zona central do meio-campo com Mambo, Escuro, Diogo, do Costa do Sol, e Nelinho, César Bento e Muandro, do Desportivo, a digladiarem-se pela posse da bola.
A emoção fora das bancadas não correspondia ao futebol praticado. Muitos passes falhados. As defesas superavam quase sempre os homens mais adiantados e quando não estavam lá eram os guarda-redes que se impunham como aconteceu aos cinco minutos quando Tó cabeceou para uma defesa espectacular de Gervásio. Este lance e o remate de Binó, por cima, aos sete minutos, foram duas excepções no respeitante a jogadas de perigo junto a uma das balizas.
Mas na segunda parte, graças ao referido golo de “bandeira” de Muandro houve mais espaço, visto que o Costa do Sol foi obrigado a correr atrás do prejuízo, no entanto, abria lacunas que eram bem aproveitadas pelo Desportivo que tinha em Muandro um quebra-cabeças por força da cavalgadas pelo flanco esquerdo e nos lances de bola parada.
Aliás, quando jogados oito minutos da segunda parte, Muandro na cobrança de um livre directo quase fazia o segundo golo, valeu a atenção de Antoninho que defendeu para canto. Na sequência desse canto, Binó poderia ter feito o golo da tranquilidade para os “alvi-negros” que entraram melhor em jogo, quando se pensava que seriam os “canarinhos” a acercarem-se com perigo da baliza à guarda de Gervásio.
O certo é que o Costa do Sol jogava sem alegria, embora viesse de duas vitórias consecutivas parecia uma equipa abatida animicamente e à procura de identidade. Não conseguiu encontrar-se, nem as arrancadas de Josimar pelo corredor central que puseram nalgumas vezes a defensiva em sentido, chegaram para catapultar para uma exibição que lhe permitisse, pelo menos, empatar o jogo.
Só por uma vez, os comandados de Mandigora, que ainda não se sentou no banco, criaram perigo por intermédio de Valdo, aos 66 minutos. De resto, o Desportivo, mesmo com uma defesa e ataque refeitos devido as ausências de Zainadine Júnior, Baúte (centrais), Steven e Tico-Tico (avançados) soube portar-se muito bem. Jogou como conjunto e com um elevado espírito de união entre os sectores.
Destaque para o jovem avançado Jojó que começa a ganhar a confiança de Akil Marcelino.Mateus Infante realizou um bom trabalho. Soube controlar o jogo mesmo quando a tensão tendia a subir dentro das quatros linhas.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITROS: Mateus Infante, auxiliado por Daniel Viegas e Ivo Francisco. Quarto árbitro: Paulo Buque.
COSTA DO SOL: Antoninho; Kito, Manuelito, João Mazive e Dito (Maradona); Mambo (Payó), Diogo e Escuro (Valdo); Ruben, Josimar, Escuro e Tó.
DESPORTIVO: Gervásio; Emídio, Munino, James e Cândido; Nelinho, Cesár Bento, Muandro e Isac (Tchitcho); Binó e Jojó (Santos)
ACÇÀO DISCIPLINAR: Cartão amarelo para Kito, do Costa do Sol, e Cândido, do Desportivo.
GOLO: Muandro aos 44 minutos.
Ivo Tavares