O COSTA do Sol efectua esta noite o seu último ensaio, associando o ambiente de luz artificial aos ensaios de táctica, objectivamente virados para a finalização, tendo em vista o embate com o El Amal, do Sudão, marcado para a noite de domingo, na cidade de Atbara, que dista a mais de 200 quilómetros da capital, Cartum. O desafio está inserido na primeira
“mão” dos dezasseis-avos-de-final da Taça CAF, e os
“canarinhos” aceleraram a preparação ontem, com a abordagem de aspectos essencialmente tácticos. El isto acontece numa altura que a equipa já se sente fisicamente estável, tendo em conta o trabalho feito desde a pré-época, assim como os jogos realizados ao longo destes primeiros dois meses da temporada.
Conscientes das dificuldades que lhes esperam no Sudão, a começar pelo facto de o encontro ter sido marcado para o período da noite, os
“canarinhos” estão, desde segunda-feira, a trabalhar sob luz artificial, com o objectivo de criar hábito aos jogadores.
João Chissano tem estado a privilegiar, nestas sessões, o aprimoramento dos aspectos tácticos, nomeadamente o domínio da circulação e posse de bola e os ensaios das estratégias de finalização, desde as penetrações pelo corredor central aos remates frontais e cruzamentos para a zona de rigor, tudo feito a um ritmo bastante acelerado.
A rigorosidade a que os jogadores estão sujeitos faz crer que o Costa do Sol está apostado em arriscar contra todas as adversidades e conseguir um resultado tranquilizador. A experiência vivida na pré-eliminatória, diante dos tswanas do União Flamingo Santos, com vitórias dentro (2-0) e fora de portas (3-1), constituiu uma grande motivação para a rapaziada, que se tem entregue com grande afinco aos treinos, tentando com toda a humildade acatar as orientações que saem do seu
“maestro”.
João Chissano reconhece as qualidades e as limitações da equipa, daí que tem convidado o grupo de trabalho a explorar ao máximo as suas capacidades, de modo a corresponder positivamente ao desafio que se coloca. No que respeita ao facto de o jogo ser à noite, o timoneiro dos
“canarinhos” tem estado a transmitir aos seus pupilos, na base da sua própria experiência como jogador, que a luz artificial não pode ser vista como um obstáculo insuperável, pois a prática manda dizer que é melhor jogar à noite do que de dia, pois é mais fresco e abre espaço para os atletas explorarem devidamente as suas capacidades individuais.
“A minha maior recomendação é que encarem a luz artificial como natural. Que ela pode influenciar no princípio, porém, depois de algum tempo, pode ser controlada, para além de que a concentração no jogo pode ajudar a esquecer a existência da luz”, comentou, acrescentando que a sua preocupação é, provavelmente, encarar uma luz deficiente. Mas, salientou o técnico, se não houver outros problemas, jogar à noite é melhor porque a intensidade da contenda é elevada devido à frescura que é comum nesse período do dia.
“Estamos concentrados no nosso estilo de jogo. Vamos primar pela mesma postura que assumimos em Gaberone, frente ao Flamingo Santos, que é de ter a maior posse de bola. Teremos que jogar mais soltos nos primeiros 15/20 minutos, com a finalidade de conhecer melhor o adversário. Estamos preparados para sofrer nos minutos iniciais, mas procurando sempre manter a posse de bola para explorar perfeitamente o adversário, de modo a não sofrer golos nesse momento de estudo mútuo”, frisou.
Quanto aos jogadores, Josimar fez-se à sessão de ontem, depois da ausência segunda-feira, devido a uma lesão. O médio treinou condicionado, com vista à rápida recuperação. À excepção deste, todo o plantel está disponível, designadamente os guarda-redes Antoninho, Abu e Joaquim; os defesas João Mazive, Kito, Jonas, Dito e Elísio; os médios Ruben, Mambo, Payó, Sanito e Hilário; os avançados Tó, Pery e Vivaldo.
Aliás, é com este grupo que o Costa do Sol conta para esta fase preliminar das Afrotaças, uma vez que não foi a tempo de inscrever quase todos os seus reforços na Confederação Africana de Futebol. Mas as mesmas abrem novamente na fase de grupos, para a qual os
“canarinhos” lutam pelo acesso.
Salvador Nhantumbo