id="BLOGGER_PHOTO_ID_5432071181304043874" />O CAMPEONATO Nacional de Boxe, adiado por diversas vezes por razões que até hoje ninguém as soube explicar, acabou acontecendo em Maputo e não em Nampula, como estava inicialmente previsto, debaixo de um improviso que até manchou a própria dimensão do evento.
Os pugilistas não estiveram nos seus melhores momentos, principalmente os das províncias que denotaram clara falta de rodagem. Aliás, a diferença de nível competitivo entre os “boxeiros” de Maputo e das restantes províncias é abismal. Enquanto os da capital realizam normalmente jogos, os das províncias nada têm feito, intensificando a sua preparação quando se aproxima um evento de caráter nacional, como alguns revelaram à nossa Reportagem.
O único representante de Gaza disse que desde 2006 nunca realizou um combate. Imagine-se para uma modalidade como é esta em que todos os cuidados são poucos. Na primeira ronda, a nossa Reportagem testemunhou o abandono do ringue, ainda no primeiro assalto, dum pugilista de Sofala, supostamente acometido por diarreia.
Mas antes, haviam sido anunciados casos de irregularidades nas pesagens. A mais gravosa foi a dum atleta do Ferroviário, cujo nome não nos revelaram, que decidiu, não se sabe a mando de quem e para que efeitos, introduzir pedras no “bikini” no acto das pesagens, mas que acabou sendo descoberto e desqualificado, não se sabendo que futuro lhe reserva a modalidade.
As irregularidades foram aos montes. Os árbitros, como sempre, foram os mais visados. É que alguns nem sabem interpretar as normas, acabando por influenciar nas decisões finais dos jogos.
A título de exemplo, é que no encontro dos 48kg, da final, Alberto Tomás, de Manica, depois de ter levado tanta tareia com o jovem promissor da Academia Lucas Sinoia, Filipe José (atenção a este jovem!), foi-lhe atribuída a vitória, ficando uma vez mais claro que quem está desactualizado nas regras do boxe é a arbitragem.
ÁRBITRO PALHAÇO
Só quem viu é que pode acreditar no que vamos aqui retratar. Decorria o último combate da noite entre Sérgio Hassane e Isac Dimande, ambos do Ferroviário, para a divisão dos 91kg, quando o árbitro de Nampula virou-se para a mesa de júri e acenou para Jorge Amade e outros juízes a perguntar o que fazia naquela situação do jogo.
Virou um autêntico palhaço no meio dum público que vibrava intensamente com os golpes. Será que com estes árbitros podemos desenvolver a modalidade? Até porque este árbitro não é culpado. O culpado é quem o colocou entre aqueles quatro cantos do ringue. E, como isso não bastasse, no final, ergueu o punho de Sérgio Hassane quando, na verdade, o vencedor tinha sido Isac Dimande – mais uma aberração!
Para se compreender melhor o quão foi improvisado o Campeonato Nacional, basta acrescentar que por cima do ringue não havia iluminação e o próprio rectângulo de jogos estava com vários remendos e ia cedendo para um lado ao longo dos combates. O tapete que cobre o palco de madeira não estava em condições, fazendo com que os pugilistas tropeçassem constantemente. As cordas não estavam igualmente esticadas.
Para uma modalidade tão sensível como é o boxe exige-se muita seriedade.
LIMÓNIO E MACITELA OS MELHORES DA PROVA
Entretanto, Filipe Limónio e Fracisco Daniel Macitela foram eleitos os melhores do torneio, numa votação de dirigentes, treinadores e árbitros.
Filipe Limónio foi galardoado como o melhor árbitro, enquanto Francisco Macitela, do Matchedje, na divisão dos 69kg, foi agraciado com o título de melhor pugilista do torneio.