Mambas com meio caminho andado
A SELECÇÃO Nacional de Futebol, os “Mambas”, derrotou na tarde de ontem, no Estádio da Machava a sua congénere da Namíbia, por 3-0, em desafio da primeira “mão” da segunda eliminatória de acesso ao CAN-Interno (CHAN) que terá lugar na África do Sul no próximo ano.
Esta vitória coloca os comandados de João Chissano em posição privilegiada para avançar à etapa seguinte, por sinal a última eliminatória rumo àquele evento continental.
Perante cerca de seis mil espectadores, a Selecção Nacional, cedo assumiu as rédeas da partida, embora de forma algo tímida, diante de uma formação namibiana pouco aguerrida e sem arte nem engenho para vingarem-se da derrota sofrida recentemente na Taça Cosafa/Castle.
O primeiro lance digno de realce foi criado por Telinho, que em resposta a um cruzamento bem tirado por Momed Hagy, fez a bola sair ligeiramente ao lado. A seguir foi Miro que “furou” a área namibiana para fazer um remate cruzado por cima. A Namíbia respondeu de livre, mas a bola foi parar às mãos do atento Soarito.
Moçambique dominava a partida, mas jogava sem ambição, o que fez com que incomodasse muito pouco a baliza namibiana. Aliás, no meio-campo ofensivo as coisas não corriam de feição, pois tinham um Telinho apagado e Sonito condicionado, fracas exibições, que foram minimizadas graças as boas actuações de Josimar e Mário.
Numa jogada aparentemente inofensiva, Moçambique ganha um penalte forçado, a castigar uma pretensa falta sobre Josimar. Miro foi chamado a cobrar, tendo feito com perfeição. Estava feito o 1-0 à passagem dos 29 minutos.
Depois do golo, a Selecção Nacional tornou-se mais adulta e as jogadas passavam a ser melhor pensadas, como foi o caso da bela jogada individual de Mário, cuja conclusão pecou pelo remate ter saído fraco. Doutro lado do campo, assistia-se a uma Namíbia totalmente desnorteada. Acusou claramente o golo sofrido.A primeira parte terminou com os “Mambas” a gerirem a magra vantagem com alguma tranquilidade.
Veio o segundo tempo com a Namíbia a entrar em força, o que fez com que João Chissano lançasse Diogo ao jogo no lugar do apagado Hagy. O técnico pretendia equilibrar a “balança”, mas o adversário estava mais perigoso e aos 55 minutos, Jerome viu o seu remate a sair por cima. Moçambique deu uma boa resposta e podia ter ampliado o “score” por intermédio de Telinho, no entanto denotou falta de pontaria, num lance em que se exigia mais do médio “muçulmano”.
Mas de novo de bola parada que Moçambique ampliou o marcador. Telinho executou da melhor forma um pontapé de canto e Dário Khan foi lá ao “primeiro andar” desferir um cabeceamento vitorioso quando estavam jogados 63 minutos. Tratou-se de um golpe duro para os namibianos que entraram para o segundo tempo dispostos a discutir a partida. A equipa desorientou-se, Moçambique passou as ser um verdadeiro “dono” do jogo, com o público a exercer a função de um verdadeiro 12º jogador.
Foi com toda naturalidade que os “Mambas” chegaram ao 3-0. Desta vez coube a Mário fazer gosto ao pé, num dia especial para o avançado visto que se estreou a marcar com a camisola nacional. Mário surgiu isolado na área e respondeu com categoria um centro com conta, peso e medida de Miro. Estava consumada a goleada aos 73 minutos.
A equipa visitante acreditava que podia, pelo menos, reduzir a desvantagem. No entanto, foi a equipa nacional que ficou perto de dilatar a vantagem.
O combinado nacional venceu o jogo por números que abrem boas perspectivas quanto ao desfecho da eliminatória.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRO: Stanley Hachiwa, auxiliado por Bruno Thembo, Kadwe Chansa.
MOÇAMBIQUE: Soarito, Dário Khan, Miro, Mazive, Chico, Hagy (Diogo), Alvarito, Telinho, Josimar, Mário (Lanito) e Sonito (Belito).
NAMÍBIA: Efriani, Denzil, Marvin, Dacosta, Larry (Denis), Willy, Louis, Neville (Hotto), Chris, Martin, Jerome e Freedom.
DISCIPLINA: Amarelo para Marvin (Namíbia) e para Josimar (Moçambique).
GOLOS: Miro (29 min), Dário Khan (63 min) e Mário (73 min).