Árbitro nega desculpas de Abdul Omar
O JUIZ da partida Vilankulo FC e Estrela Vermelha a contar para a sexta jornada do Moçambola, Arlindo Silvano Nuvunga, dispensou na manhã do último domingo o pedido de perdão apresentado por Abdul Omar por ter incompreensivelmente o espancado.
Abdul Omar na companhia da sua esposa, Fátima Amuge, tia da esposa ao mesmo tempo sua advogada, Rihana Amuge, deslocou-se ao hotel onde Arlindo Silvano e seus companheiros, nomeadamente Francisco Machel e Alberto Muambo se hospedaram.
O pequeno encontro decorreu no restaurante desse estabelecimento hoteleiro assistido pela nossa Reportagem, esteve igualmente o director da segurança do Vilankulo FC, Samuel Cuinhane Castigo e o delegado da Liga Moçambicana de Futebol, Izidine Malache.
Omar alegou fenómenos estranhos e supersticiosos, sempre que realiza partidas em Vilankulo, dai que depois de reflectir junto da sua família, achou por bem enfrentar o árbitro cara-a-cara para pedir perdão e que tudo pudesse acabar naquele momento.
Por seu turno, Rihana Amuge pediu que o caso terminasse entre ambos, pois, pela frente havia muita coisa por fazer e que os dois poderiam se encontrar em outras paragens, até poderia construir família. Pediu que o assunto não passasse para instâncias judiciárias.
Em resposta, Arlindo Silvano disse que naquele momento não estava com cabeça para falar do assunto porque estava concentrado no jogo que ainda ia dirigir à tarde e que tudo quanto pode ser tratado sobre o assunto, estaria disposto a discutir depois do jogo.
“Gostaria que viesse me indicar no mínimo os erros que cometemos, eu e os meus colegas durante o jogo para merecer aquele tratamento”, pediu Silvano.
Izidine Malache, delegado da LFM aproveitou a ocasião para solicitar ao agressor para se manter equidistante do recinto do jogo para evitar tumultos.
Entretanto, contra todas as expectativas, no final da partida, Abdul Omar não procurou a equipa da arbitragem para dar continuidade à conversa. Soubemos, no entanto, que enviou seu irmão, para conversar com árbitro, acto negado por Arlindo Silvano e seus companheiros.
“Foi aqui onde comecei a dar os meus primeiros toques na bola. Formei-me aqui e tudo que sei do futebol aprendi aqui na minha terra e será também aqui onde vai terminar a minha carreira. Estou cansado de brincadeiras”, disse em jeito de brincadeira Abdul Omar, conversando com o director desportivo do Vilankulo FC, Samuel Castigo, momentos antes do início do jogo.
“Já sei tudo que foi preparado para este jogo. Dizem que pagaram árbitros e os curandeiros andaram aqui durante a semana e fizeram tudo para eu perder e é por isso que não irei permitir. Estou disposto a terminar hoje a minha carreira. Trago aqui um canivete e hoje de facto terão a conclusão de que eu sou capaz de tudo”, continuou Omar avisando todos que se aproximassem dele antes do jogo, num acto de continuidade das ameaças que já vinha fazendo um dia antes do jogo.
Doze minutos do jogo, o técnico principal dos “alaranjados”, reclama hipotéticos três lances passíveis de sancionamento a favor da sua equipa na sua grande área, que no seu entender o árbitro terá feito vista grossa além de uma suposta agressão a Betinho, seu jogador, por Ali Cadre, no meio-campo.
Na chamada de atenção às suas reclamações, Abdul encontrou a oportunidade para concretizar os seus intentos. Dois valentes golpes na face esquerda e no pescoço atiraram Arlindo Silvano ao relvado inanimado. Dez minutos se passaram na tentativa de reanimá-lo. Ele pôs-se em pé, mas sem condições físicas e nem mentais para continuar a apitar. Foi evacuado para o hospital local para a devida assistência, numa altura em que Salvador Cumbe, quarto árbitro, interrompia a partida para dia seguinte, se Silvano recuperasse a tempo.