Fer. Nampula, 1 – HCB do Songo, 1: Calanga trouxe o alívio
MESMO admitindo que o HCB foi tecnicamente superior que o seu adversário o empate conseguido pelo Ferroviário de Nampula, ao apagar das luzes, no seu campo e uma vez mais sem espectadores (o castigo de jogar à porta fechada terminou domingo) aceita-se pois esta equipa teve maior período de posse de bola e nos momentos finais foi quem mais atacou à procura do golo que aconteceu quando eram jogados seis minutos para além dos 90, por intermédio de Calanga que aliviou o sofrimento dos donos da casa.
Girando a bola de jogador para jogador mas sem gizar a baliza contrária o Ferroviário permitiu e consentiu que muito cedo, o seu adversário ganhasse terreno e desequilibrasse, em termos técnicos, o desafio. A primeira jogada de perigo aconteceu aos 14 minutos quando num trabalho individual Jacob do lado esquerdo do seu ataque ultrapassou três adversários, foi até à linha do fundo e já dentro da grande área cruzou atrasado mas David estava atento e travou o esférico.
Mas ainda com 15 a 20 minutos jogados quando se esperava um crescimento na produção das equipas o nível de futebol baixou. Todos destruíam sem construir e a bola era maltratada pelo ar com pontapés para cá e para lá.
Os visitantes continuavam a dominar tecnicamente com jogadas (poucas) esquematizadas mas os “locomotivas” detinham a maior posse de bola. Aos 32 minutos Alitio galgou terreno do lado direito e cruzou para o interior da área onde Jacob não teve a calma suficiente para fazer o golo pois atirou à figura de David.
Tecnicamente melhor a HCB foi-se aproximando mais da baliza contrária e justamente no minuto 45, Jacob com um pontapé cá do meio da rua fez com que a bola beijasse as malhas à guarda de David, aliás mal posicionado e que divide as culpas com Vovote e Calanga que não marcaram o ponta-de-lança contrário.
Na segunda parte esperava-se como é óbvio pela reacção dos donos da casa à procura do empate e dos visitantes a queimar tempo mas não foi o que aconteceu. O jogo continuou monótono como se de um treino se tratasse agravado pelo facto de não existir público. Aliás, foi no último quarto de hora que em face de algumas alterações no meio-campo o Ferroviário começou a atacar mais. Massaua e Vicente deram mais “gás” à equipa e a bola foi repetidas vezes bombeada para o interior da área da HCB.
Quando já ninguém esperava e numa jogada de bola parada (um livre a castigar carga de um defensor da HCB), Hipo remata frouxo mas num autêntico “frango” como se costuma dizer na gíria desportiva, Chico não consegue segurar e Calanga na recarga fez o golo.
A arbitragem chefiada por José Maria Rachide não deixou de ter um e outro erro mas não vimos motivos da contestação por parte do técnico da HCB que lhe valeu a expulsão do banco.
FICHA TÉCNICA
Campo 25 de Junho em Nampula (sem nenhum espectador)
Arbitro: José Maria Rachide, auxiliado por Célio Mugabe e Abeni Jussa. 4º árbitro Sérgio Chata.
Ferroviário de Nampula: David; Vovote, Kalanga, Ernest e Dundo; Hipo, Jerry, (Vicente), Belito e Tchitcho (Gildo); Nando (Massaua) e Vivaldo.
Treinador: Rogério Gonçalves
HCB do Songo: Chico; Gervásio, Antoninho, Mucuapele e Fanuel; Alito, Zuma, Henrry e Ussama; Jacob e Nicolas (Narciso).
Treinador: Widson Nyerenda
Golos: 0-1 Jacob (45 minutos), 1-1 Calanga (96 minutos)