Três anos depois de deixar o apito: Justino Faduco é SG do Ferroviário de I’bane
O ANTIGO árbitro internacional de futebol Justino Faduco foi eleito há dias secretário-geral do Ferroviário de Inhambane, durante a realização da Assembleia-Geral daquele clube. 28 anos de apito na boca, dos quais 10 como internacional, afastou-se dos relvados em Setembro de 2009 por ter sofrido um acidente de viação, coincidentemente no ano em que alcançaria a reforma na arbitragem por idade.
Faduco lamentou a sua saída brusca do mundo da arbitragem, pois, segundo explicou, não teve tempo para se despedir publicamente, o que pretendia fazer no último jogo da época, a final da Taça de Moçambique em 2009.
“A minha carreira de árbitro de futebol terminou no dia 24 de Setembro de 2009 quando sofri um brutal acidente de viação que me deixou cerca de um ano parado, depois de tudo, apoios de amigos e todos que quiseram me ver vivo, recuperei dos ferimentos e estou de novo no futebol e desta vez como dirigente”, disse Faduco para quem o futebol foi sempre a sua paixão.
Questionado sobre o facto de não dar a sua contribuição ao futebol na sua área, dirigindo a comissão provincial de árbitros, COPAF, o novo secretário-geral do Ferroviário de Inhambane disse que através daquele clube também continuará a dar o seu contributo no desporto, em particular no futebol.
Faduco deu a entender estar com mágoas para com os dirigentes do futebol em Inhambane, razão pela qual, segundo disse, não aceitou convites para fazer parte da COPAF naquela região do país.
“Uma pessoa deve merecer respeito em todos os momentos, bons e maus. Não sei até hoje porque é que, quando tive acidente, depois de tudo que passei, não recebi visita de nenhum dirigente desportivo no hospital nem mesmo em casa. Fui mais visitado por jornalistas, aliás, o Governador Itai Meque, em plena quadra festiva do Natal de 2009, foi à minha pobre casa para saber do meu estado de saúde, mas não vi até hoje a cara de nenhum dirigente desportivo de Inhambane. Como é que vou trabalhar com essas pessoas?”, questionou Faduco.
Manifestou grande preocupação pelo facto de a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) não aceitar emitir para si um cartão de livre-trânsito para recintos desportivos particularmente futebol, depois de tudo o que fez pela modalidade na província e no país.“Quando vou ao campo para assistir jogos pedem-me bilhete de ingresso …”, desabafou Faduco.
Sobre as suas novas funções no Ferroviário, o secretário-geral daquela colectividade disse que a intenção do novo elenco que integra também Joaquim João é partir para a reestruturação do clube dando primazia às infra-estruturas, pois, segundo esclareceu na curta entrevista, o Ferroviário deverá lutar nos próximos anos pelo acesso ao Moçambola, com alguma segurança para realizar jogos na sua própria casa.
“Queremos começar tudo do zero, para já teremos nesta época um Ferroviário humilde a privilegiar a prata da casa no que tange à formação do seu plantel”, disse Faduco para quem não é para já intenção do Ferroviário estar no Moçambola.
“Não queremos espreitar o Moçambola, já faz tempo que os residentes da terra da boa gente assistem futebol na televisão e a nossa intenção não é entrar e sair, quando chegar a vez, queremos entrar para ficar e isso passa por uma boa preparação. É isto que queremos fazer a partir desta época. Para já aviso, aguardem-nos”, promete Justino Faduco.
Fonte:Jornal Noticias