Caldeira renuncia à presidência do Boxe
A FAMÍLIA do boxe terá que procurar um novo presidente para a federação. É que João Luís Caldeira decidiu colocar o cargo à disposição e já enviou uma carta ao vice-presidente da Assembleia-Geral renunciando ao cargo.
João Luís Caldeira avançou esta informação no decurso de um encontro que manteve com a Associação de Boxe da Cidade de Maputo na segunda-feira. O dirigente diz ter tomado tal decisão por sentir que o seu trabalho está a ser destruído por pessoas de má fé que estão a fazer de tudo para o verem fora da federação.
“Estão a fazer uma campanha contra mim. Os órgãos de informação, pelo menos cinco, atacaram-me porque ainda não realizamos o “Nacional” e acusam-me de estar a adiar as eleições. Não sei qual é o problema, porque já houve um ano em que não houve “Nacional” e realizou-se no ano seguinte. Também não se percebe esta toda pressão para realizar eleições porque ainda estou dentro do meu mandato. Admiro ainda como há presidentes que me elegeram e querem a minha demissão. Significa que estes presidentes vão ficar mais tempo que eu na presidência das respectivas associações sem que haja eleições?”, questionou Caldeira.
Acrescentou que a sua imagem foi “queimada” e destruída em praça pública motivo pelo qual tomou a decisão de se afastar da presidência. “Que venha outro presidente e espero que seja o da associação da cidade de Maputo (Big Ben)”, ironizou.
Afirmou que ao mancharem a sua imagem, afectaram também a do boxe que já vinha demonstrando sinais de ressurgimento. “As pessoas não tiveram a consciência de que ao queimarem a minha imagem, mancharam o nome do boxe. Posso dizer que um dos potenciais patrocinadores do “Nacional” chamou-me após ler as notícias (criticas à federação) nos órgãos de informação e informou-me que já não vai patrocinar a prova”.
O presidente da Associação da Cidade de Maputo, Big Ben, colocou algumas questões, que eram mais inquietações dos clubes. Como, por exemplo, o critério para a escolha dos pugilistas que compõe a selecção; a razão de nunca ter sido divulgado o plano de actividades da federação.
Respondendo à primeira pergunta, o dirigente federativo afirmou que as escolhas dos atletas para as selecções são meramente de cariz técnico.
“Eu atribui as responsabilidades de escolher os pugilistas ao técnico cubano porque entendo que é o melhor a desempenhar a sua função neste momento no país. Na minha opinião ele supera os outros técnicos cubanos que passaram pelo país”.
Já em relação à falta da divulgação do relatório de actividades atirou as responsabilidades a inoperância dos secretários-gerais. “Tive muito azar na escolha dos secretários-gerais. Não comunicavam com as associações e clubes, motivo pelo qual as informações não chegavam”.
Caldeira admitiu ter errado no posto de vista de comunicação com as restantes agremiações, mas sublinhou que nada justifica os ataques de que foi alvo porque segundo ele o boxe está acima de tudo.