Sílvia põe fim à pálida odisseia moçambicana
EMBORA a bandeira ainda continue hasteada na Aldeia Olímpica de Londres, Moçambique deixou de fazer parte, pelo menos em termos competitivos, dos Jogos Olímpicos, depois de Sílvia Panguana ter sido eliminada ontem da primeira ronda dos 100 metros barreiras, tendo ocupado o oitavo lugar com o tempo de 14,68 segundos.
Já se sabia, à primeira vista, que Sílvia Panguana teria muitas dificuldades em transitar para as meias-finais, apesar de sempre prevalecer aquele optimismo mais patriótico do que realista de que a atleta poderia cometer uma proeza. Mas a partida demasiadamente lenta, sem fulgor, deixou logo evidente que não teria qualquer hipótese, nem de uma eventual repescagem.
Ainda não estavam decorridos 50 metros e a jovem Sílvia já via a campeã do mundo, a australiana Sally Person, primeira classificada com o tempo de 12,57 segundos, bem distante. À medida que a prova ia decorrendo foi ficando nas “covas” na companhia da corredora da Singapura Dipna Prasad que acabou superando-a por um palmo.
A jovem barreirista de 19 anos denotou muitas carências, sobretudo técnicas, no que concerne à transposição das barreiras. Fazia-o bem perto da barreira, algo que lhe retirou velocidade para pelo menos melhorar a sua prestação.
Pior que a moçambicana esteve Ekaterina Poplavskaya, atleta da Bielo-Rússia, que acabou sendo desqualificada por corrida por fora da sua pista (n°1) depois de ter tropeçado consecutivamente em três barreiras.
Sílvia Panguana encerrou assim a participação da comitiva nacional. Kurt Couto, conforme era de esperar, teve a melhor prestação, pois foi o único a passar da primeira ronda para as meias-finais. Neuso Sigaúque, Juliano Máquina, Chakil Camal e Jéssica Vieira caíram todos na primeira ronda.