Não somos “analfaburros”
O porta-voz dos clubes que impugnaram a criação da FMDM mostrou-se bastante agastado com os pronunciamentos de Alisson Ayob entre os quais de que a nova Federação do Desporto Motorizado de Moçambique é constituída por pessoas sem escolaridade, o que designou de ‘’analfaburros’’.
Disse que, contrariamente a isso, a auto-intitulada federação liderada por Ayob é que está desprovida de especialistas do desporto motorizado, pois a liderada por Manuel Ramessane (Nelinho) possui pessoal qualificado como engenheiros, agrónomos, médicos entre outros mas, conforme aclarou, “não importa o grau académico ou directivo que cada um ocupa, mas sim o interesse pelo desporto, e neste caso particular o desporto motorizado, pois a dita federação do senhor Ayob integra pessoas que nunca mostraram cara no desporto motorizado’’.
“Para nós, entanto que federação que representa os clubes, fazer repor a legalidade é o mesmo que corrigir o erro usando a Lei do Desporto interpretando correctamente os Decretos, alíneas e outros dispositivos existentes legalmente e não de forma empírica tentar tapar o sol com a peneira para salvaguardar alguns interesses de indivíduos’’- disse o porta-voz dos clubes filiados na FDMM.
O artigo 77 do Regulamento da Lei do Desporto refere que “as federações desportivas são pessoas colectivas de direito privado constituídas por associações desportivas com o objectivo de, sob forma associativa e sem fins lucrativos, seguir a nível nacional a materialização dos objectivos definidos no artigo 19, da Lei nº.11/2002, de 12 de Março’’.
Enquanto isso, o Conselho de Ministros, através do Decreto 41/2088, que refere que ‘’havendo a necessidade de flexibilizar e conferir maior celeridade ao processo de licenciamento e registo das associações desportivas ao abrigo do artigo 60, nº 11/2002, de 12 de Março, o Conselho de Ministros decreta: Artigo 77: Federação é uma pessoa colectiva de direito privado, sem fins lucrativos que engloba um conjunto de núcleos e clubes desportivos, associações desportivas, distritais e provinciais nela legalmente inscritos com jurisdição em todo o território nacional’’.
O nosso entrevistado entende ainda que, na sua óptica, houve cenários montados para se atingir algum objectivo na constituição da referida Federação Moçambicana do Desporto Motorizado, nomeadamente a montagem de fins ilícitos para os objectivos que acabaram sendo conseguidos, ou seja, a constituição da federação; membros fundadores tinham mesmo poder deliberativo que um clube e, finalmente, inventar a inscrição de qualquer pessoa bastando pagar 1000,00 mt (mil meticais) para ter pleno direito.
‘’Isto é para marginalizar completamente o desporto motorizado e, sobretudo, os clubes e as respectivas associações’’- concluiu Eurico Gonçalves.
- ANTÓNIO JANEIRO
Fonte:Jornal Noticias