ELEIÇÕES NA FMF - Sofala enaltece “Vencer para Mudar”
OS clubes de Sofala, que terça-feira estiveram reunidos com Baptista Bonzo, no quadro da campanha deste para as eleições na Federação Moçambicana de Futebol, enalteceram o manifesto deste jovem candidato, que concorre ao escrutínio de 16 de Julho, na Namaacha, sob o lema “Vencer para Mudar”, mas não deixaram de fazer algumas observações, com particular incidência para o futebol feminino, que, como se sabe, é bastante forte naquela província.
No encontro, Bonzo começou por fazer uma dissertação à volta do seu manifesto, sublinhando que, caso seja eleito, criará secretarias regionais para dinamizar o futebol, descentralizar a sua gestão e flexibilizar a tomada de decisões, uma vez que se discutirá mais o futebol das províncias.
“Por exemplo, na região centro as províncias vão formar conselhos, através das respectivas associações, que discutirão as formações e as provas de todos os escalões. Portanto, a secretaria regional vai dinamizar o futebol, o que também pressupõe a descentralização da gestão financeira através das receitas conseguidas nos jogos das selecções nacionais e parceiros. O futebol não tem que ser só no Maputo”, afirmou o candidato, citado pelo “Diário de Moçambique”.
Embora tenham apreciado favoravelmente o documento, os clubes presentes no encontro não deixaram de tecer alguns comentários. Por exemplo, Adinane Ibraimo (Dino), presidente da Associação Provincial, elogiou o manifesto, afirmando que “é bonito, bom”, tendo acrescentado que as coisas andam mal no futebol moçambicano e há que se investir nas camadas inferiores. Referiu, no entanto, que quem vai decidir sobre o voto de Sofala são os clubes, e agora “estamos a analisar o manifesto de cada candidato”.
Manuel Veríssimo, representante da Fanta, que milita no futebol feminino, questionou sobre a modalidade nesta categoria, pois “Sofala foi pioneiro nesta modalidade, mas hoje anda mal”. Respondendo, Bonzo disse que a FMF tem verbas para as várias provas, o que falta é organização, daí que no seu mandato privilegiará esta questão. Aliás, referiu que a FIFA apoia “muito” o futebol feminino, pelo que não entende porque é que a Federação não tem tido fundos para esta categoria.
Said Ibraimo, representante da Academia João Chissano, afirmou que o manifesto é interessante, mas gostaria que se incluíssem as provas nacionais das camadas inferiores, incluindo “olheiros” da FMF nas províncias, para que identifiquem talentos que possam alimentar as selecções.
Sobre esta preocupação, Bonzo reconheceu que de facto não é fácil fazer futebol sem apoios. Disse, no entanto, que esta questão está dentro do plano de abrir secretarias regionais, as quais receberão fundos para dinamizar o futebol nas províncias.
Depois de terça-feira ter trabalhado em Sofala, Bonzo – que disse no encontro que decidiu sair da lista de Feizal Sidat para concorrer por achar que havia coisas que na sua visão não estavam a ser bem feitas – esteve quarta-feira em Manica e, hoje, virará as suas atenções para a província de Gaza.