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centro de documentação e informação desportiva de moçambique

Este blog tem como objectivo difundir a documentação de carácter desportivo

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AFROTAÇAS EM FUTEBOL - Optimismo de Semedo contrário aos pergaminhos do Zesco Utd

AS contas lançadas por Artur Semedo são contrárias ao optimismo que o técnico sustenta em relação à transição da pré-eliminatória da Liga dos Campeões Africanos, facto que passa por uma vitória por números acima de três golos de diferença sobre o Zesco United, da Zâmbia, no jogo da segunda “mão”, em Maputo, no dia 13 do mês em curso

Zesco United

.

 
 

A vantagem de três bolas que a equipa zambiana detém neste momento torna caricatos os pronunciamentos de Semedo, primeiro porque o Zesco já tirou ilações sobre o adversário e vai se preparar com todo o requinte para o golpe final; segundo porque tem experiência acumulada neste tipo de competições, desde que ascendeu ao topo do futebol zambiano, ao conquistar dois títulos consecutivos, em 2007 e 2008, tendo atingido a fase de grupos da Liga dos Campeões em 2009, ano em que, no entanto, terminaria em segundo na Liga do seu país, sagrando-se novamente campeão no ano passado.

 

O Zesco é, por todos estes motivos, um dos principais contribuintes da selecção zambiana e conta, igualmente, com alguns jogadores nas selecções secundárias, facto que lhe confere um estatuto nobre entre os clubes tradicionais daquele país, casos do Power Dynamos, Green Buffaloes, Zenaco FC e Nchanga Rangers.

 

O campeão zambiano dispõe de uma equipa maioritariamente jovem, cujo potencial é alicerçado por internacionais com experiência acumulada, casos do guarda-redes Jacob Banda, dos centrais Billy Mwanza, Steven Kabamba e Chileshe Kangwa, do meio-campista Nicholas Zulu e do atacante Jackson Mwanza, autor do segundo golo.

Com alguma semelhança, a Liga Muçulmana dispõe de um forte esquadrão de jogadores que evoluem na Selecção Nacional e também com experiência acumulada, casos do ponta-de-lança Dário Monteiro, do central Fanuel e do médio Momed Hagy, para além de novas estrelas como o “trinco” Carlitos e os artilheiros Maurício e Jerry. Porém, este naipe de atletas ainda não se traduziu num conjunto balanceado, porque, infelizmente, a época futebolística nacional está no início e, apesar de a Liga ter apostado em muitas aquisições, estas ainda estão no processo de enquadramento.

 

Contudo, a Liga, consciente destas adversidades, concedeu à equipa um estágio preparatório, que incluiu várias competições durante quase um mês na vizinha África do Sul, à busca de forma e entrosamento, bem como para proporcionar a interacção entre os jogadores para o seu rápido enquadramento e assimilação da metodologia e processos do modelo de jogo.

ESTRATÉGIA FALHADA

 
 
 

A derrota da Liga pode resumir-se na falha de estratégia assumida por Artur Semedo, perante a diversidade de opções de que dispõe, o que vai requerer do técnico uma grande capacidade de definir a equipa ideal.


A opção por Nelinho, na baliza, em detrimento de Gervásio, terá sido um erro de palmatória. Nelinho foi muito pouco utilizado pelo Maxaquene na época transacta, enquanto Gervásio, requisitado do Desportivo, foi titular durante toda a temporada.

 

A exclusão de Neco, titular na baliza da Liga durante quase toda a época passada, dos 20 pré-seleccionados para o jogo com Zesco, foi outro erro de estratégia, uma vez que este estava igualmente bem rodado que Nelinho.

 

A adaptação de Cantoná a lateral – um ala por excelência - para assumir missões defensivas, em detrimento de Silvério (foi regular toda a época passada), traduziu-se nas lacunas que se verificaram ao longo do prélio no sistema defensivo. Isto não justifica, porém, a negra actuação dos “centrais”, que se resumiu em erros tácticos graves, tornando a defesa permeável pelo corredor central, onde Aguiar e Fanuel se desentenderam por completo, abrindo brechas para o adversário.


A falha na estratégia teve igualmente a ver com o receio de arriscar de início, lançando as pedras mais preponderantes, algumas das quais recentemente adquiridas, casos de Dário Monteiro, Momed Hagy e Telinho, um jovem médio adquirido ao Ferroviário de Pemba e que deu muito nas vistas durante o estágio na RAS.

 

Aliás, a entrada de Dário, Telinho e Nelson (transitou da época passada

 

) trouxe uma nova dinâmica ao jogo ofensivo da Liga na segunda parte, período em que a turma moçambicana contrabalançou o rumo dos acontecimentos no terreno. Outra falha de estratégia foi a insistência perante erros de palmatória cometidos pelos centrais, com maior incidência para Fanuel, que podia ser trocado por Narciso.

 

A exclusão de Silvério dos 18 elegíveis para o onze inicial, o lateral direito que a Liga foi buscar ao Costa do Sol e titular durante a época passada, para colocar no seu lugar Cantoná, que, como dissemos, jogou sempre como ala, foi outro erro de estratégia de Semedo neste embate.

 

Fonte:Jornal Noticias