Paradise domina futebol feminino NOS últimos três anos, a formação do Paradise tem dominado o futebol feminino a nível da capital do país. No pretérit
Mas não é só no futebol que o Paradise pode ser considerado uma equipa de sucesso, visto que no futsal somou, recentemente, o terceiro título consecutivo, igualmente a nível da cidade de Maputo. Um palmarés invejável para um grupo recém-nascido (2005) e que em pouco tempo se afirmou no futebol feminino.
Paulo Camões, mais conhecido por Valódia nos meandros desportivos, é um dos grandes responsáveis pela caminhada bem sucedida da então desconhecida equipa do Paradise. Desempenhando as funções de treinador e presidente, este tem procurado, de certa forma, promover o futebol feminino, algo que para muitos passa despercebido.
Valódia, que diz ser um homem persistente, pretende levar avante o projecto, que adianta ter arrancado em 2003 com a equipa masculina, mas que dois anos mais tarde, com a criação de uma formação feminina, ganhou mais ímpeto.
“Vou continuar a dar todo o incentivo, ainda com mais força às equipas, porque tenho como meta conquistar os campeonatos nacionais. Quero levar a minha equipa ao mais alto nível nacional. Só quando atingir esse feito é que me darei por satisfeito”, disse.
No entanto, este diz que não será tarefa fácil até porque os meios financeiros são escassos. “Nesta altura tenho como patrocinador oficial a Lusovinhos, que é, aliás, a única empresa que me apoia. Mas não é fácil. Por exemplo, esta época o dinheiro gasto rondou os cinco mil dólares (cerca de 130 mil meticais) e não é fácil arranjar esta verba porque as despesas são muitas”, anotou.
Para ver o seu projecto ganhar mais credibilidade, assegurou que no próximo ano irá formar um clube com sede própria. “Já estou a preparar a legalização dos estatutos para a formação de um clube. Vamos ter uma sede, um local onde possamos tratar dos nossos assuntos”, disse.
Falando sobre o decurso do campeonato, o dirigente lançou uma crítica à Associação de Futebol da Cidade de Maputo pelos préstimos serviços que tem prestado a nível da arbitragem. “No jogo da final do Campeonato da Cidade, a equipa de arbitragem não apareceu no campo, o delegado do jogo teve que apelar ao apoio de um árbitro que por acaso estava na bancada. Isso é incompreensível e até desprestigiante para a própria prova e desmotivadora para nós dirigentes, atletas e técnicos, que dão tudo para manter o futebol feminino com “vida”, e por outro lado existem pessoas que não querem ver o nosso futebol florescer”, defendeu.
Ainda em jeito de crítica, disse que não se compreende que até a esta altura ainda não se saiba onde vai-se realizar o Campeonato Nacional. Sobre este aspecto atira as responsabilidades para a Federação Moçambicana de Futebol (FMF), órgão responsável pela organização de provas a nível nacional.
Entretanto, Valódia assegura que a sua equipa estará sempre preparada para atacar o título, embora seja de opinião que esta desorganização pode afectar psicologicamente as atletas.