LIGA PORTUGUESA DE FUTEBOL - FC Porto é tetra campeão
FC PORTO ganhou o 24º título da sua história, o quarto consecutivo, o 17º da era Pinto da Costa e o terceiro de Jesualdo Ferreira.
No final, quando Artur Soares Dias apitou pela última vez, confirmando a conquista do segundo tetra da história do clube, o Dragão suspirou de alívio e a festa tomou conta do relvado primeiro, das bancadas depois, da cidade inteira a seguir e, por fim, do país até ecoar pelo mundo inteiro. Mas este não foi um título fácil de confirmar.
O FC Porto entrou no jogo com vontade de o resolver depressa, mas também foi depressa que se percebeu a indisponibilidade do Nacional para ser o bombo da festa. Jesualdo Ferreira repetiu o onze que apresentou frente ao Marítimo e o jogo até podia ter sido escrito de forma semelhante: aos quatro minutos, uma excelente iniciativa de Mariano desenhou a primeira grande oportunidade de golo, mas Lisandro rematou por cima.
Logo a seguir, tornou-se evidente que o losango desenhado por Manuel Machado no meio-campo do Nacional levava vantagem sobre o triângulo constituído por um Tomás Costa ainda mais trapalhão do que é costume, por um Raul Meireles estranhamente ausente e por um Fernando enorme, mas mesmo assim pequeno para tantas encomendas. E foi o desequilíbrio no meio-campo que explicou o equilíbrio no jogo, dividido pelas duas equipas em partes mais ou menos iguais durante um primeiro tempo sem grandes emoções para contar.
O nulo ao intervalo não servia ao FC Porto, que tinha pressa de ser campeão e uma festa espontânea preparada até ao último pormenor para fazer. Jesualdo Ferreira mexeu onde se esperava. Tirou Tomás Costa e acrescentou Farías ao ataque e, mesmo que não se possa falar numa relação de causa e efeito, o facto é que o golo chegou logo a seguir, desenhado por Raul Meireles, Lisandro e Bruno Alves, três dos cinco tetracampeões do plantel.
Gritou-se pelos "campeões" nas bancadas, mas o jogo não ficou resolvido aí. O Nacional encarregou-se de o prolongar até ao fim. Manuel Machado mexeu na equipa, trocando Rúben Micael por João Aurélio primeiro e Carlos Alberto por Fabiano logo a seguir. Pelo caminho, transformou o 4-4-2 inicial num 4-3-3 mais agressivo e capaz de explorar toda a largura do campo para atacar e encostar o FC Porto à sua baliza.
Incapaz de explorar o contra-ataque, multiplicando os passes errados no meio-campo, a equipa de Jesualdo Ferreira foi resolvendo os problemas criados pelos madeirenses e complicados pelas lesões de Raul Meireles e Fucile. E foi por isso que logo a seguir ao apito final de Artur Soares Dias houve um sonoro, estridente e ruidoso suspiro de alívio: "Campeões". Agora sim.