Litos já não é treinador do Maxaquene e regressa sexta-feira a Portugal … E na hora do adeus, chorou!
LUÍS Filipe Viera Carvalha, conhecido por Litos, despediu-se domingo passado dos sócios do Maxaquene identificados com a direcção anterior, presidida por Rafindine Mahomed, em Boane
“Não sou ladrão. Peço desculpas. Vou-me embora”, foi com estas palavras que Litos pôs de parte qualquer possibilidade de rever a sua decisão de deixar o Maxaquene e Moçambique como queriam os cerca de cinquenta sócios nesse almoço de despedida.
Para deixar claro que em nenhum momento faltou ao compromisso no Maxaquene, Litos disse que “o homem do norte de Portugal respeita sempre os seus compromissos”, sublinhando a seguir que “ganho o que valho, mesmo assim, reduzi o salário de dez para cinco mil dólares quando aceitei vir treinar a equipa principal do Maxaquene”.
Na quinta de Rafindine Mahomed, situada a cerca de cinco quilómetros da sede do distrito de Boane, Litos revelou que até à hora em “que começou a sabotagem” estava a treinar o Maxaquene para ser campeão este ano, embora publicamente o discurso fosse de preparar uma equipa para nos próximos dois ou três anos subir ao pódio.
“Eu nunca quis ser aventureiro. Vim cá porque Carlos Queirós e Rui Caçador disseram-me que aqui ia ser campeão. Se houvesse aproximação entre as pessoas do clube certamente que não regressava a Portugal tão já e seria campeão. Portanto, eu assumi o compromisso para vir ser campeão em 2009. Isso é o que eu dizia internamente. Aquilo de daqui a dois ou três anos era mentira”. E aconselhou aos sócios do Maxaquene para que falem do futebol e não de malandrices.“Falemos de futebol e não de malandrices. Não saio por causa da casa. Onde eu vivo não é casa de luxo, é casa onde gosto de viver. E ele (Etiasse que apareceu na imprensa a dizer inverdades) assumiu tudo. A tal casa da LAM não se dispunha de segurança para as minhas filhas e a minha mulher”.
O treinador revelou que negou reunir no clube com os elementos da comissão, tendo preferido que o fizessem na presença do seu advogado noutro local “onde chegaram tardiamente e pediram desculpas e eu lhes disse que isto é Moçambique, onde impus disciplina nos meus jogadores”.
Noutro momento da conversa, o treinador referiu que “nem as passagens que foram garantidas! Agora não. Agora vou-me embora….” Retirou-se para o seu carro a chorar.
“Um homem chora quando é injustiçado, como eu fui injustiçado na última semana por Etiasse, que se identificou como sendo vice-presidente da comissão.
Adeus! Sexta-feira sigo para Portugal e sábado assistirei ao jogo do meu filho”, palavras com que Litos formalizou a sua despedida, depois de ter ouvido dos sócios a estratégia que será usada para o seu regresso daqui a dois ou três meses, que passa por um abaixo-assinado e uma manifestação junto da sede das Linhas Aéreas de Moçambique (um dos patrocinadores do clube) a exigir urgência nas eleições de novos corpos gerentes “porque esta comissão não representa os interesses de todos os sócios”.
Sebastião Tovene, o ainda chefe da “Comissão dos Sócios”, tal como se vincou no encontro, chegou a afirmar que “não podemos admitir tal golpe.
Tudo faremos para repor a ordem no clube”. Este grupo não aceita que a Comissão Gestora do clube continue composta maioritariamente por elementos da lista eleitoral do candidato Salomone Cossa, contra um da lista do candidato Xavier Munjovo.
Alguns jogadores que estiveram presentes nesse almoço de despedida manifestaram o seu desagrado pela saída do técnico, a quem disseram “nós queremos que o mister fique”.
Manuel Meque