Um “maquinista” chamado Mohamed
“Afinal, o que o Vilankulo FC quer?” Esta pergunta pertence a Mohamed, guarda redes do Ferroviário do Maputo, feita em forma de uma canção entoada no interior da viatura na saída da sua equipa, depois de uma vitória sofrida de 1 a 2 frente ao Vilankulo FC. A pergunta era também respondida em forma de coro pelos colegas, com destaque para o capitão Jotamo, Mendes e Ítalo. “Nada”, respondiam os pupilos de Chiquinho Conde, comemorando a vitória que sacaram a ferro e fogo naquela tarde de sábado em Vilankulo.
Mohamad poderá ter sido o melhor “maquinista” da “locomotiva”, principalmente nos últimos cinco minutos da partida, quando a equipa local lutava por um empate, depois de reduzir a desvantagem por intermédio de Sergito, que acabara de entrar para o jogo.
O keeper do Ferroviário defendeu todos os mísseis que eram lançados de todos os cantos num assédio à sua baliza. Os pupilos do Flin estavam espevitados pelo golo e, aos 87 minutos, forçaram o empate que acabou não acontecendo. Mohamed, cansado do sufoco pelos “mísseis terra-ar até pelo mar” dos atacantes de Vilankulo, decidiu atirar ao solo e ficou sete minutos sob observância da equipa médica dos “locomotivas” da capital.
O tempo foi compensado e o guarda-redes não gostou da atitude do árbitro, ao ponto de, no fim da partida, se ter dirigido à equipa da arbitragem para pedir contas e, graças à intervenção do treinador Chiquinho Conde, de Lourenço, da direcção do Ferroviário e do capitão Jotamo, Mohamed não concretizou os seus intentos.
Para descarregar a sua fúria, num misto de grande satisfação pela vitória, Mohamed comandou a orquestra que, no interior da viatura, foi vibrando em direcção a hotel. “Afinal, Vilankulo FC quer o quê?” “Nada”, respondiam os colegas de Mohamed.
O jogo foi caracterizado por entrega total de todos os intervenientes. Chiquinho Conde não se deixou embalar no título que ainda ostenta e a liderança do campeonato. Escalou para este jogo os principais artistas do clube, apenas Jerry é que começou o jogo no banco, tendo entrado já no tempo em que se geria o 1 a 2.
Por seu turno, o Vilankulo FC não queria sofrer a cabazada de quatro bolas sem resposta, sofrida no piso sintético da Machava. Discutiu taco a taco o jogo e chegou a superiorizar-se em alguns momentos.
Para além de Gonçalves, homem chamado para meio campo para tapar o lugar de Jossias, não convocado por indisciplina, bem como de José Cumbe, outro jogador em vias de expulsão em Vilankulo, Flin entrou com Adino para o meio campo, para onde também foram escalados Félio e Belo.
Diana Rita, em Vilankulo
Fonte:O Pais