Adeus perfeito de Figo, Maldini e Nedved
“TIME To Say Goodbye” (é tempo de dizer adeus), a música cantada em dueto por Andrea Bocelli e Sarah Brightman é, provavelmente, a banda sonora ideal para descrever a derradeira jornada da época na Série A, domingo último.
Três dos melhores jogadores da história recente do futebol - Paolo Maldini, Luís Figo e Pavel Nedved - disseram adeus, todos eles com uma vitória.
DUPLA DESPEDE-SE DO MILANFiel ao seu clube durante toda a carreira, Maldini colocou ponto final da melhor forma, no triunfo do AC Milan, por 2-0, no terreno da Fiorentina, que garantiu o regresso dos “rossoneri” à fase de grupos da Liga dos Campeões Europeus. Uma prova que o defesa, de 40 anos, conquistou por cinco ocasiões em 25 anos ao mais alto nível, período durante o qual ergueu 26 troféus com a camisola do clube milanês.
A partida de Florença assinalou, igualmente, o fim da era Carlo Ancelotti no comando técnico do clube, ao fim de oito anos. “Gostaria de levar um jogador comigo para a minha nova equipa”, brincou o treinador italiano de 49 anos.
“Infelizmente, não creio que o consiga convencer a abandonar os seus planos de deixar o futebol. Quem? O Maldini, naturalmente!"
QUATRO TÍTULOS CONSECUTIVOSTambém Figo - ovacionado de pé em San Siro pelos adeptos do Inter, quando foi substituído por Davide Santo no minuto 44 do triunfo por 4-3 sobre o Atalanta - disse adeus após conquistar quatro títulos consecutivos ao serviço da formação transalpina.
“Foi um dia que jamais vou esquecer”, garantiu o antigo internacional luso, que vestiu por 127 vezes a camisola da selecção principal de Portugal, mais do que qualquer outro jogador.
“Foi bom terminar a minha carreira desta forma. Tudo foi perfeito e uma enorme honra ter envergado esta tarde a braçadeira de capitão de Javier Zanetti. Ainda não sei o que vou fazer no futuro. Para já planeio apenas tirar umas longas férias com a minha família".
"DIA MARAVILHOSO"Nedved, por sua vez, foi abraçado por todos os colegas quando foi substituído a seis minutos do final do encontro e deu ainda uma volta de honra pelo Estádio Olímpico de Turim, após o triunfo da Juventus por 2-0 sobre a Lázio, naquele que foi o seu 327º e último jogo pelo clube. “Foi um dia difícil para mim, mas igualmente maravilhoso”, referiu o médio, 91 vezes internacional pela selecção da República Checa. “Esta tarde (domingo) senti como todos aqui gostam de mim. Significa que, juntos, realizámos coisas extraordinárias”.
AMAURI HONRADO
O jogador de 36 anos, que com a camisola da Lázio venceu a Taça dos Vencedores das Taças em 1999 e o “scudetto” na temporada seguinte, antes de se transferir para a Juventus por 41 milhões de euros em 2001 - onde se sagrou por mais duas ocasiões campeão de Itália -, foi ainda Bola de Ouro em 2003, para além de inúmeros prémios conquistados a título individual.
“Não esperava tamanha festa para o meu último jogo aqui”, admitiu. “Vou dar a camisola 11 ao Amauri, que me disse que ia ficar muito honrado por a envergar na próxima época. A partir de amanhã posso começar a dedicar mais tempo à minha família, que sempre foi muito compreensiva e paciente comigo”.