MOÇAMBOLA-2009: Maxaquene, 0-Matchedje, 1 - Triunfo ao som da banda
FOI num ambiente de festa e de muita animação que o Matchedje obteve o seu triunfo. Embora a partida tenha sido no reduto dos “tricolores”, foi a claque militar que, animada pela sua banda, muito bem orquestrada, fez vibrar o recinto ao longo da mais de hora e meia da contenda.
O primeiro sinal de perigo dos “militares” foi dado aos 8 minutos pelo central Cufa, que, à entrada da grande área, desferiu um portentoso remate a que Soarito correspondeu com uma defesa brilhante. Os “tricolores”, que denotavam muitas dificuldades de construir uma jogada com princípio, meio e fim, responderam por Kito que, do meio da rua, levou o esférico a passar a poucos centímetros acima da trave.
No entanto, os comandados de Nacir Armando davam indicações claras de que estavam dispostos a lutar pela vitória e, em contra-ataques, iam dando um ar da sua graça. Num desses lances, Cufa surge em boa posição e cabeceia forte para uma intervenção arrojada de Soarito para canto. Na sequência deste, eis que surge o golo do Matchedje, por intermédio de Cufa, aos 17 minutos, que se aproveitou muito bem de uma saída em falso do guarda-redes para com o pé direito fazer a bola se anichar nas malhas.
Era a alegria total nas bancadas “militares”, com a banda a tornar a casa alheia num autêntico inferno. Enfurecidos, os adeptos do Maxaquene clamavam pelo golo, algo que poderiam ter visto volvidos três minutos se Rafael tivesse tido mais frieza. Este lance veio estimular os “tricolores”, que a pouco e pouco iam assumindo as rédeas do jogo. Um controlo, porém, que não se materializava em oportunidades de golo, visto que o futebol praticado pelos pupilos de Zainadine era muito denunciado e feito pelo meio e por cima, o que facilitava a missão dos centrais Cufa e Caló, sempre superiores nas alturas.
Importa dizer que a má actuação dos “tricolores” também se reflectia na defesa, sempre trémula. Aos 31 minutos, tal ficou evidente com Artur Faria a deixar a bola passar por entre as pernas, quando nas suas costas tinha o avançado Nito, que prontamente ganhou o esférico e seguiu para a baliza, tendo sido, já dentro da pequena área, carregado pelo mesmo Artur Faria. Amosse Lázaro, árbitro da partida, não hesitou em assinalar a grande penalidade. Era uma oportunidade preciosa para o Matchedje aumentar o “score”, mas Zico fê-lo sem força e colocação, permitindo uma defesa fácil do “keeper”.
A reacção “tricolor” foi nula até ao intervalo, tendo na mesma toada se desenrolado a segunda parte. Nem água vem, nem água vai, o Matchedje controlava facilmente as investidas da equipa da casa, que quase sempre esbarravam na teia defensiva montada por Nacir. Na segunda parte, só por uma vez o Maxaquene incomodou o guarda-redes Victor, que acabou tendo uma tarde sossegada.
Amosse Lázaro realizou um bom trabalho.
FICHA TÉCNICA
Árbitro: Amosse Lázaro, auxiliado por Henrique Langa e Henriques da Costa. Quarto árbitro: Felisberto José.
MAXAQUENE - Soarito; Nito, Campira, Artur Faria (Jumisse) e Kiki; Eusébio, Mustafá, Macamito (Liberty) e Kito; Eurico e Rafael (Hélder Pelembe).
MATCHEDJE – Victor; Caló, Cufa, Silva e West; João (Bebé), Tchotchó, Zico e Edmundo; Nito (César Bento) e Chana (Jacinto).
Acção disciplinar: cartão amarelo para Artur Faria, Eusébio, Soarito e Edmundo
IVO TAVARES