MOÇAMBOLA-2009: Após o domingo diluviano para quem irá a bonança?
A CHUVA que domingo caiu em Maputo fez-nos recordar os tristes dias diluvianos de 2000. Para o Campeonato Nacional de Futebol, o revés não se fez esperar: as duas partidas marcadas para a tarde desse dia foram adiadas.
Especificamente em relação ao embate entre Liga Muçulmana e Desportivo, urge questionar: se no domingo a concentração estava num determinado ponto, tendo em conta, naturalmente, a conquista dos três pontos, quem irá agora ser bafejado pela bonança, sobretudo depois de uma 18ª jornada em que o campeão Ferroviário colheu dividendos dourados e o Costa do Sol confirmou a travessia do deserto?
Para já, importa referir que, independentemente do desfecho que se verificar esta tarde, a condição de comandante do Moçambola-2009 não será posta em causa para a Liga Muçulmana. Para o Desportivo, este sim, a pressão subiu de tom. Senão vejamos: com a vitória (2-0) em Tete sobre a HCB de Songo, os “locomotivas” cumpriram na perfeição a sua parte, mantendo-se na segunda posição e com vantagem de três pontos (36-33) sobre os “alvi-negros”, obrigando, desse modo, estes últimos a terem que também ganhar, sob pena de, em caso de derrota, o fosso relativamente ao líder se alargar ainda mais, isto é, dos actuais quatro pontos para sete.
Estas são contas bastante interessantes, dado que a Liga Muçulmana está igualmente com a calculadora na mão e deseja ardentemente afastar para mais longe os seus mais directos perseguidores. E, para que tal aconteça, é também imperioso que vença esta tarde, uma situação que lhe colocaria confortável, porquanto teria o Ferroviário a quatro pontos e o Desportivo a sete, numa altura em que entra para a etapa mais complicada da sua carreira: no próximo domingo joga no “caldeirão” do Chiveve, com o sempre tenaz Ferroviário da Beira, e depois recebe o Costa do Sol, que, a despeito da evidente crise de resultados, não estará disposto a atirar a toalha ao chão tão já.
A turma do Prof. Neca, que se foi intrometendo na luta pelo título por mérito próprio e beneficiando também de uma certa inconstância revelada pelos grandes no seu percurso, está agora, mais do que nunca, certa de que a conquista do Moçambola-2009 está ao seu alcance.
Procurará, por essa via, sobreviver ao inferno a que estará sujeito a partir do embate de hoje, para depois ir consolidando a sua posição. Na primeira volta, diante dos colossos, não se saiu bem, pelo que procurará nesta etapa decisiva dar a volta ao texto, num titânico confronto que se perspectiva com Ferroviário e Desportivo, tendo o Costa do Sol à espreita e se se assumir que o Maxaquene, com a sua intranquilidade, vai abdicando do seu objectivo primário.
Enquanto isso, na baixa da cidade de Maputo, Atlético Muçulmano e Chingale travam um diálogo no qual, “a priori”, o favoritismo vai para a equipa de Arnaldo Salvado, embora haja a recordar que a capital do país é, afinal, a casa de todos, tal como o revelou o Ferroviário de Nampula, que, apesar da péssima campanha no presente campeonato, conseguiu seis pontos: ao Costa do Sol, na primeira volta, e agora ao Matchedje.
Tendo em conta que nada muda em relação aos actores que haviam sido projectados para domingo, significa que o árbitro gazense José Maria Rachide estará no jogo Liga Muçulmana-Desportivo, coadjuvado por Henrique Langa e Carlos Nhanengue, tendo como quarto juiz Aureliano Mabote, enquanto João Armando dirigirá o Atlético Muçulmano-Chingale, assistido por Agostinho Pelembe e Eduardo Gatoma, ficando Bernardino dos Santos como quarto árbitro.