Odisseia vivida em Madagáscar: Selecção de básquete sem dinheiro
UMA semana e meia no estrangeiro, em representação do país numa prestigiada competição continental, porém, sem sequer um centavo de “pocket money”, esta foi a odisseia vivida pelas jogadoras da selecção nacional no recente Afrobásquete Madagáscar-2009, no qual Moçambique desceu dois degraus, comparativamente ao anterior, ocupando a sexta posição na classificação final.
Diariamente, em Antananarivo, com particular incidência nos últimos dias, a inquietação das jogadoras era indisfarçável, pois, segundo elas, mesmo reconhecendo as dificuldades da Federação e do país, no geral, devia ter havido alguma preocupação no sentido de pelo menos usufruírem de algo para o seu uso pessoal. Mais grave ainda, é que mesmo para a aquisição de artigos de higiene individual, como por exemplo pensos, não havia dinheiro, situação que deixou as moças bastante irritadas.
A despeito do seu magnífico esforço nas quatro linhas, no sentido de defender a Pátria com galhardia neste campeonato africano, o quotidiano financeiro das jogadoras era deplorável, dado que não tinham nenhuma possibilidade de adquirir, particularmente, um sumo ou um refresco, muito menos uma lembrança de Madagáscar para si e para os seus.
No último dia da estada da selecção na capital malgaxe, as atletas reuniram-se com o chefe da delegação, no sentido de lhe manifestarem o seu desagrado em relação ao não pagamento do “pocket money”.
Não esgotado o assunto, as partes – Federação e jogadoras – concordaram em se encontrar amanhã, na presença do presidente da FMB, para os esclarecimentos finais, dado que outras oportunidades existirão e viajar sem sequer um tostão, segundo elas, jamais deverá acontecer, para o bem da própria selecção.