Moçambola-2009: HCB- 0 – Ferroviário Maputo-2 - Superioridade absoluta
O GRUPO Desportivo da Hidroeléctrica de Cahora Bassa ( HCB) foi ontem derrotado por duas bolas sem concorrência pelo Ferrovário de Maputo no jogo realizado no campo do Desportivo na cidade de Tete, onde a turma “locomotiva”, agora treinada por Chiquinho Conde, mostrou uma superioridade absoluta, dominando em todos os aspectos
Jerry, bem posicionado no ataque, tentava a todo o custo violar a barreira da HCB, mas de tanta procura acabou pressionando o adversário que deixou uma pequena brecha do lado esquerdo, onde actuava o lateral Antoninho, e começou a “chuva” de remates à baliza do HCB.
Já a caminho dos quarenta minutos, surgem os dois golos num espaço de cinco minutos, por intermédio do inevitável Jerry. O primeiro aconteceu à passagem do trigésimo terceiro minuto, numa jogada de entendimento entre Hagy, Dário e Danito Parruque que em tabelinhas passaram o meio-campo do adversário, Zabula recebeu o esfério junto ao vértice da grande área, do lado direito, e cruzou para o interior e Jerry bem posicionado dominou, galgou alguns metros até à pequena área e depois de passar por Venâncio e sem mais largou um potente remate e a bola foi directamente para o fundo das malhas da baliza defendida por Chico. Estava aberto o marcador.
O golo perturbou momentaneamente os jogadores do HCB que ficaram descontrolados em todos os seus sectores, o que permitiu ao Ferroviário subir em grande medida de rendimento, mostrando um futebol mais maduro e esclarecido. Pautou por um sistema de bola rente à relva e com passes curtos e foi invadindo constantemente a zona mais recuada da HCB, onde os homens treinados por Mussá Ossman não conseguiam travar a velocidade da “locomotiva”.
Foi com esta maneira de jogar que o Ferroviário fez o segundo golo precisamente cinco minutos depois, isto aos 38 minutos, por intermédio, mais uma vez, de Jerry. Um golo muito bem executado, Jerry rebeceu a bola no meio campo da HCB, correu e deixou para atrás o defesa lateral Mucuapele e já no centro da pequena área, junto à marca de grande penalidade, Chico saiu da baliza na tentativa de diminuir o ângulo, e Jerry, em forma de chapéu, passou a bola por cima do guarda-redes da HCB e a bola foi travada pelas malhas no fundo da baliza.
O Ferroviário começou a gerir o resultado com constantes trocas de bola no seu meio- campo, enquanto o estofo dos jogadores da HCB já tinha desaparecido e necessitavam já de um descanso e foi com este resultado que terminou a primeira parte da partida.
Veio a segunda metade. A HCB tentou com as substituições contrariar a boa exibição do Ferroviário, mas foi tudo água abaixo, porque Chiquinho Conde tinha se preparado bem para esta partida. O jogo começou a ganhar um outro desenvolvimento, com a HCB à procura do tento de horna e o Ferroviário a defender-se com toda classe e arrancando sempre em contra-ataques rápidos sempre que possível.
Em termos de jogo, foi um autêntico espectáculo de futebol, que já faz muito tempo que não se via nos nossos campos, sobretudo quando actuam os ditos grandes do futebol de Moçambique. O Ferroviário passeou a sua classe e conseguiu uma simpatia valente do público da cidade de Tete, que mostrou que quando se joga bem deve se apoiar a equipa que melhor se apresentar em campo.
A arbitragem de Aníbal Armando, coadjuvado por Meque Machate, Daniel Filipe e Isabel Abreu não sofre contestação, pois esteve à altura. Realizou um belo trabalho e não influenciou no resultado final.
FICHA TÉCNICA
HCB: Chico; Venâncio, Antoninho, Mucuapel, Danga, Paito, Eládio, Henry, Aurito, Amílcar e Gito.
Alinharam ainda King e Sergito.
FER. MAPUTO: Mohamed; Jotamo, Tchaka, Tony, Danito Parruque, Hagy, Fredy, Dário, Zabula, Luís e Jerry.
Suplentes utilizados: Maurício, Mendes e Joca.
BERNARDO CARLOS