Devido a uma alegada ameaça de morte: Ângelo Jerónimo demite-se da presidência do Textáfrica
ÂNGELO Jerónimo apresentou demissão do cargo de presidente do Textáfrica, segundo nos revelou ontem o próprio, apontando como razão problemas internos que tornaram o ambiente tão azedo que, inclusive, chegou a receber ameaças de morte.
Explicando detalhadamente os motivos que o levaram a renunciar, Ângelo Jerónimo disse que em quase 40 anos de futebol nunca tinha vivido uma situação igual. “Nos últimos dias cheguei a receber ameaças de morte. Pediram-me para deixar o Textáfrica porque entendiam que eu era o principal culpado pelos maus resultados. O ambiente tornou-se pesado e entendi que deveria pôr o meu cargo à disposição. Tenho a minha família e não posso colocar a minha vida em risco por causa do futebol, por mais que goste”.
Questionado se foi possível identificar os responsáveis por essas ameaças, respondeu: “Não, não consegui reconhecer as suas vozes, visto que foi via telefone. Mas afirmaram que iam matar-me caso não deixasse de ser presidente do Textáfrica. Creio que é um movimento interno de pessoas que há muito tempo queriam que me retirasse”.
Ângelo Jerónimo, que assumiu o cargo de presidente em 2007, quando o Textáfrica subiu para o Moçambola, sublinhou que a sua decisão é irreversível. “Nada me fará regressar ao Textáfrica, pelo menos tão já. Por aquilo que fiz por este clube, merecia mais respeito. Fui agredido verbalmente, como se fosse um malfeitor”.
Em jeito de desabafo, disse que, quando abraçou a carreira de desportista, em particular o futebol, definiu um lema: “servir o desporto e não se servir do desporto”, pelo que se mantém fiel a esse princípio.
No Moçambola-2009, ao cabo de 18 jogos, o Textáfrica soma quatro vitórias, três empates e 11 derrotas e ocupa a 13ª posição, portanto, na zona da despromoção. Neste percurso já registou duas trocas de treinador: Alex Alves por Miguel Júnior e agora, na semana passada, o movimento foi inverso, isto é, Miguel Júnior por Alex Alves.