ELEUTÉRIA podia e muito bem ser nome de um ciclone. É que a sua evolução no basquetebol está a ser igual a esse fenómeno natural. Muito rápida. Apesar de levar jeito para jogar básquete desde criança, só aos 14 anos (2011) começou a dar os primeiros passos rumo ao estrelato.
Na Escola Zona Verde, unidade de ensino que frequentava, começou a dar nas vistas em provas recreativas e no ano seguinte (2012) deu o salto para os federados. Pela mão do treinador Ernesto Jamisse (Doggy) representou o Matolinhas. Com os seus 15 anos, a basquetista revelação, “repartiu-se” entre o Matolinhas e o Basket Show. A prova infanto-juvenil serviu de trampolim para Eleutéria Lhavanguane. Caiu nas graças do Ferroviário de Maputo. Corria o ano de 2013. Com 16 anos, a base chegava a um clube de topo e no mesmo ano, meses depois, festejava o título de campeã de basquetebol em representação da província de Maputo nos Jogos Escolares. Ao título colectivo, juntou uma distinção individual, a de melhor ressaltadora. A boa prestação abriu-lhe as portas da Selecção Nacional de Sub-16. Vestindo pela primeira vez as cores nacionais num “Africano”, subiu ao pódio levando no peito a medalha de bronze. No ano seguinte, 2014, voltou a defender as cores nacionais, agora com a camisola dos sub-18, repetiu o feito. Outra vez saiu “bronzeada”, tinha 17 anos. O palmarés “rico” da basquetista em tão curto espaço de tempo abre caminho para que a talentosa atleta continue a espalhar o seu bom básquete nos grandes palcos internacionais. Eleutéria sonha até com a Liga Norte Americana, a da WNBA, e pode-se dizer que ela tem legitimidade para sonhar.
“Pretendo chegar ao mais alto nível e fazer parte de grandes equipas de nível mundial. Jogar numa equipa da primeira divisão nos EUA e ter o privilégio de jogar na WNBA é um sonho queguardo comigo e vou lutar para que se torne realidade”, disse.
Já com vários títulos conquistados com a camisola do Ferroviário, a jovem basquetista de 19 anos (completa 20 anos no dia 12 de Novembro), aponta também os títulos africanos como um objectivo.
“Já ganhei tudo que tinha para ganhar no Ferroviário a nível nacional. Fui campeã da cidade nos juniores e nos seniores fui campeã nacional. Ganhei alguns torneios internacionais, agora sonho em conquistar as grandes provas africanas, a Taça dos Campeões é o objectivo que se segue”, disse. De referir que a mais nova jogadora das “locomotivas”, nos seniores, faz parte da equipa que está a participar nas eliminatórias de acesso a Taça dos Campeões.
Eleutéria aponta ainda a conquista de um Afrobasket como uma meta a alcançar.
Mas se a vida desportiva desta promissora basquetista corre às mil maravilhas, o mesmo não se pode dizer da académica. “Neste momento não estou a estudar, pois tive que trancar a matrícula por questões financeiras. Estava no segundo ano do curso de Direito no ISCTEM. Gostava de dar continuidade aos meus estudos, pois é algo importante para mim, porque só estudando é que posso ganhar uma bolsa para estudar e jogar fora”, anotou.
No que toca às suas referências, a hábil jogadora tem Clarisse Machanguana o seu foco a nível nacional. “Não tive a oportunidade de ver muitos jogos da Clarisse Machanguana. Vi-lhe no Afrobasket em 2013, mas já tinha o seu historial e passei a olhar para ela como referência”, disse.
No estrangeiro, tem na senegalesa Astou Traore (Melhor Jogadora Africana), e nas norte-americanas Candece Parker e Diana Taurasi, campeãs olímpicas, como seus ídolos.
Fonte:Jornal Noticias