O JOGO entre Costa do Sol e o Clube do Chibuto pode ser resumido em dois momentos de alto nível: O primeiro tem assinatura de Johane. Uma verdadeira obra de arte e um golo de antologia aos 18 minutos. Da linha do fundo fez um cruzamento de letra, mas esse gesto de belo requinte técnico saiu-lhe melhor que encomenda, pois a bola foi bater no poste antes de entrar, deixando perplexo Gervásio e todos que assistiam ao jogo. O segundo pode ser contado dos 78 aos 80 minutos, período em que o Costa do Sol fez a reviravolta.
Houve condimentos de um grande jogo: emoção e incerteza no resultado. A jogar em casa, a turma “canarinha” procurou controlar o jogo, mas esbarrou numa sólida e personalizada equipa do Chibuto que dificultou a vida aos “canarinhos”.
Contudo, nos primeiros dez minutos até viu-se um Costa do Sol audaz, a procura do golo. Dário Khan, na sequência de um canto, ameaçou de cabeça, às redes aguarda de Zacarias. Mas não tardou para que os visitantes assentassem o seu jogo, até porque tinham unidades capazes de causar desequilíbrios, caso do regressado Johane. O habilidoso burundês não só marcou, como causou muitas dores de cabeça à defesa “canarinha”.
Completamente desencontrada a defender e atacar, o Costa do Sol passou maus bocados durante a primeira parte e poderia ter saído a perder, não fosse a defesa espectacular de Gervásio a remate de Cedric. Eram os comandados de Victor Urbano que dominavam o jogo, enquanto a turma “canarinha” procurava responder em contra-ataque, mas fazia-o de forma atabalhoada. Todavia, numa dessas saídas para o ataque, Manuelito II é carregado dentro da grande área, num lance claro para grande penalidade, mas Farisse Chirindza deixou seguir sob acesos protestos da equipa da casa.
Se na primeira parte o jogou pendeu para o lado do Chibuto, na segunda, mandou o Costa do Sol. Chikuepo, que entrou ao intervalo para o lugar de Chimanga, deixou o aviso com um remate ao lado, estavam jogados apenas quatro minutos.
Com o Chibuto a jogar praticamente encostado a sua grande área, o Costa do Sol jogava o tudo por tudo para chegar pelo menos ao empate. De bola parada, Dário Khan aplicou um portentoso remate a que Zacarias respondeu com uma arrojada defesa.
Nelson Santos, que fez a sua estreia como treinador dos “canarinhos”, apercebeu-se do crescimento ofensivo dos seus pupilos e fez entrar mais um elemento para o ataque: Parkim. Uma aposta ganha visto que aos 78 minutos viria a fazer o golo do empate, colocando justiça no marcador, se se atender que antes do golo, Manuelito II e Parkim tinha ficado perto de violar à baliza contrária.
Motivado, mais fresco fisicamente, os anfitriões continuaram a carregar no acelerador e bastaram apenas dois minutos para passar para frente do marcador. Paulo, curiosamente um dos jogadores mais baixos em campo, fez de cabeça o golo do empate, sentenciado o encontro.
Farrise Chirindza, árbitro do encontro, cometeu um erro grave ao não assinalar penalte a favor do Costa do Sol por falta sobre Manuelito II. E ficou aquém do ajuizamento disciplinar em alguns lances, com destaque para uma entrada perigosa de Ruben que atingiu com o pé a cabeça de Johane. Deveria ter visto no mínimo o cartão amarelo.
FICHA T]ECNICA
ÁRBITRO: Farisse Chirindza auxiliado por João Nhatuve e Luís Fortunato. Quarto árbitro: António Munguambe.
COSTA DO SOL: Gervásio; João Mazive, Dário Khan e Dito; Manuelito I, Manuelito II, Chimango (Chikuepo) e Paulo (Tchaka); Ruben e Rodrigues (Parkim).
CLUBE DO CHIBUTO: Zacarias; Nito, Dário (Palatão), Chicualacuala (Njusta), Maninho, Nhabamga, Jossias, Obel, Cedric, Luís (Cristhophe) e Johane
GOLOS: Johane (18 min), Parkim (78 min) e Paulo (80 min)
DISCIPLINA: Amarelo
Fonte:Jornal Noticias