Costa do Sol,1 – Maxaquene,1: Equilíbrio de forças em tarde cinzenta
O DUELO entre o Costa do Sol e o Maxaquene foi dominado pelo equilíbrio e reflecte à vontade expressa pelos dois conjuntos de dar o seu melhor em campo, através de um jogo aberto e sem receios.
Os momentos iniciais revelaram alguma preocupação em ambas as partes dado o elevado peso de responsabilidade nos jogadores aliada aos objectivos perseguidos por cada uma das equipas neste “derby” que marcou o arranque da segunda volta. Como lhe cabia, o Costa do Sol teve a ousadia de tomar as iniciativas do jogo, enquanto o Maxaquene ia cautelosamente estudando o adversário, preparando a melhor estratégia contra-ofensiva. E revelou-se bastante perigoso nesse aspecto, explorando no máximo as falhas do seu oponente.
Como é-lhe característico, o Costa do Sol foi mais metódico, procurando maior precisão nos passes e desmarcações que lhe permitissem maior mobilidade e um jogo progressivo. O Maxaquene, por seu turno, foi mais objectivo, procurando sempre tirar vantagens dos erros do adversário, colocando o esférico ao jogador mais solto e com muita rapidez.
Com esta forma de jogar, assistiu-se um futebol de qualidade, que foi ganhando terreno à medida que o tempo ia passando, perante a preocupação cada vez mais crescente de cada uma das equipas de chegar ao golo. E a primeira oportunidade acabou pertencendo à turma de casa, com o esquerdino Vling a oferecer o esférico ao zambiano Masha, num passe atrasado mal calculado. O avançado “canarinho” agradeceu e, com a defensiva baralhada, viu David em posição privilegiada, fazendo o passe para o zimbabweano fuzilar. Porém, perdeu tempo e quando já queria rematar o ângulo era insuficiente para fazê-lo com perfeição.
Foi uma perdida que reflectia alguma inquietação por parte dos homens mais adiantados do Costa do Sol, com Rúben a revelar-se no jogador mais imperfeito no controlo da bola e prossecução das jogadas, situação que resultava em contra-ataques perigosos por parte do Maxaquene. Binó foi, por isso, chamado a algumas intervenções de recurso, com destaque para aquele desvio de cabeça de Payó que obrigou o guarda-redes “canarinho” a esticar-se e ceder canto, aos 20 minutos.
Em resposta, o “veterano” Dário Khan testou a segurança de Samito na conversão de um livre, tendo o “keeper” tricolor defendido com os punhos, aos 23 minutos.
E quando todos menos esperavam, uma vez que era o Costa do Sol que descia mais para o ataque, eis que Maurício finaliza com um túnel que deixou Binó desiludido. A jogada nasceu em Macamito que, do miolo do terreno, projectou o esférico para a zona da finalização, donde o artilheiro “tricolor”, em vantagem sobre os “centrais”, bateu Binó, que saía em apuros, aos 24 minutos.
O Costa do Sol não convalesceu e dois minutos depois deu a devida resposta com David a obrigar Samito a uma defesa incompleta. Alvarito, assistido por Mambo, secundou David com um remate traiçoeiro de longe da grande área e que forçou Samito a ceder canto, aos 39 minutos. A primeira parte terminou com a vantagem para o Maxaquene.
REGRESSO ENÉRGICO…
O Costa do Sol veio do intervalo com a lição bem estudada. O técnico “canarinho”, Diamantino Mirando, obedeceu ao pedido dos seus adeptos. Rúben não estava a render e, por isso, foi substituído pelo médio ofensivo Nelson, que trouxe do banco o golo da salvação, aos 50 minutos, com um desvio de cabeça bem conseguido a corresponder a livre cobrado por Manuelito II.
A balança equilibrou e o jogo ganhou mais ritmo e o espectáculo veio ao de cima, com o Costa do Sol a trocar a bola, mas a encontrar uma forte resposta dos “tricolores”, que pela objectividade marcaram a diferença no rectângulo do jogo.
Porém, quem esteve mais perto do segundo golo foi o Costa do Sol, no lance bem articulado que culminou com o tiro em jeito de Manuelito II para a defesa incompleta de Samito e recarga de David que levou o esférico a “beijar” o travessão, aos 72 minutos.Daqui para a frente assistiu-se a um recuo estratégico das duas equipas, que jogavam com muito receio de perder os três pontos, portanto a explorar mais o contra-ataque.
Na sequência disso, Macamito foi à grande área interceptar, com bico da bota, o centro de Vling. O esférico quase “beijou” o poste. Foi o lance mais vistoso dos últimos 15 minutos da contenda.A equipa de arbitragem, liderada por José Maria Rachide, fez um excelente trabalho.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRO: José Maria Rachide, auxiliado por Ivo Francisco e Olívio Saimone. O quarto árbitro foi Arão Júnior.
COSTA DO SOL: Binó; João Mazive, Manuelito I, Dário Khan e Dito; Manuelito II, Mambo, Alvarito e David (Tony); Rúben (Nelson) e Masha (Sanito).
MAXAQUENE: Samito; James, Campira, Gabito e Moses; Mfiki (Eboh), Macamito, Payó e Vling (Dário Chissano); Maurício e Chikwepo (Ito)
DISCIPLINA: Cartolinas amarelas para os “canarinhos” João Mazive, Dário Khan e David; e para o “tricolor” Chikwepo