ELEIÇÕES NA FMF - Os três “mosqueteiros” jogam últimos argumentos
Nas suas viagens de campanha, Feizal Sidat, Baptista Bonzo e Carlos Jeque, os “três mosqueteiros”, com promessas de voto aqui e acolá, ouviram repetidas vezes a necessidade de nas associações serem organizadas eleições internas e o seu resultado ser lavrado em acta, devendo esse resultado constituir o voto da associação no escrutínio do próximo sábado.
Com esta atitude, os clubes pretendem que as sensacionalmente aguardadas eleições na FMF sejam realmente um processo democrático, isento e transparente, tendo em conta que nas anteriores ocasiões foram levantadas suspeitas de corrupção, apontando-se o dedo aos presidentes das associações, que alegadamente vêem as suas contas bancárias mais “gordas” quando chega esta altura, inquinando assim um processo que sempre se pretende claro e sem polémicas, a bem do próprio futebol.
Aliás, falando semana passada em Harare, onde esteve a-propósito da realização no Zimbabwe do Torneio da COSAFA de futebol feminino, o presidente da FIFA, o suíço Joseph Blatter, revelou que o seu organismo estava particularmente atento às eleições na Federação Moçambicana de Futebol, recomendando que as mesmas não sofram quaisquer interferências externas à modalidade.
É que, no nosso continente, tem sido hábito que as eleições nas federações de futebol sejam sujeitas a pressões partidárias e governamentais, facto que contraria a independência preconizada pela FIFA nestes casos, daí que, quando assim acontece, os países prevaricadores são suspensos de toda a actividade futebolística internacional até à regularização da situação.
Entretanto, no campo iminentemente de campanha, Feizal Sidat fechou o ciclo no Niassa, mostrando-se confiante na sua própria sucessão. O candidato de “Todos por um Futebol Vitorioso” apresenta como principal arma a aposta na formação, preconizando a criação de academias nos clubes.
Já Baptista Bonzo aproveitou os últimos dias para uma “tournée” que incluiu, entre sexta e sábado, as províncias de Gaza e de Nampula, de onde regressou com a promessa de voto no seu “Vencer para Mudar”, o qual tem merecido apreciação positiva por parte dos clubes, face à mudança e renovação que pretende imprimir.
Apesar de algumas acusações que considera intempestivas, relacionadas com a sua actividade empresarial e não com o seu envolvimento no futebol e, em particular na Federação, Bonzo mostra-se sereno e tranquilo, afirmando que continuará a trabalhar de cabeça erguida rumo à conquista da vitória no próximo sábado.
Por seu turno, Carlos Jeque, que defende a necessidade de o nosso país voltar aos lugares de destaque no “ranking” da FIFA, depois de escalar a zona sul, esteve no centro, mais concretamente em Sofala e na Zambézia, a transmitir o seu manifesto de “Futebol por Moçambique, Moçambique pelo Futebol”.