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centro de documentação e informação desportiva de moçambique

Este blog tem como objectivo difundir a documentação de carácter desportivo

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CAN ANGOLA-2010: Temos equipa para África, compatriotas!



NO jogo da bola, as excelentes exibições, quando não são traduzidas em golos e, sobretudo, em vitórias, passam rapidamente ao esquecimento.

Podem ser objecto de comentários dos adeptos e do ufanar-se dos seus protagonistas, mas não passam de uma felicidade efémera, pois, para a história e aquilo que verdadeiramente fica perpetuado é o resultado. Só e só. Por isso, para o caso concreto do encontro de sábado à noite, no Estádio Nacional de Ombaka, em Benguela, a contar para a terceira jornada do Grupo “C”, o que ficou gravado nos anais da história da 27ª edição do Campeonato Africano das Nações Angola-2010 é inequivocamente o seguinte: Egipto, 2-Moçambique, 0.

Um desfecho que, embora tenha sido construído de forma adulta, experiente e acima de tudo fruto de uma segunda parte incomparavelmente superior por parte dos egípcios, tem o senão de não reflectir, em golos, esta magnífica noite dos “Mambas”, que tiveram a virtude de colocar em sentido o bicampeão africano.

De facto, uma vez mais os espectadores presentes naquele sumptuoso complexo desportivo benguelense – desta vez com uma bancada preenchida por algumas dezenas de adeptos moçambicanos – tiveram a oportunidade de testemunhar e se deliciar com uma exibição de luxo da selecção nacional, particularmente no decorrer da primeira parte.

Os “Mambas” enfrentaram de peito aberto e até, nalgumas ocasiões, se superiorizaram ao adversário, um dos colossos do continente. A interpretarem condignamente o jogo que lhes é peculiar, os pupilos de Mart Nooij apresentaram um futebol competitivamente de grande nível, arrancando incessantes aplausos da plateia.

Numa noite em que o “trinco” Simão foi o comandante dos bravos guerreiros moçambicanos, liderando a zona-tampão sobre a qual os atacantes egípcios esbarravam, apesar da sua matreirice, a nossa selecção mostrou aos olhos do mundo que é de facto uma equipa à altura de competir com qualquer oponente em África.

Os “Faraós”, com todo o seu virtuosismo, viram-se obrigados a uma merecida vénia aos “Mambas”, pela beleza do seu futebol, doçura e simplicidade. Aliás, porque os dois conjuntos se encaixaram na sua forma de actuar, acabou resultando num esplendoroso espectáculo de futebol e com o resultado a ser discutido até às últimas consequências, mesmo considerando o facto de o Egipto, com maior percentagem no segundo tempo, ter se assenhoreado dos acontecimentos e sair das quatro linhas como justo vencedor.

Se, contra o Benin, os erros sucederam nos primeiros 20 minutos da contenda, no sábado, foi imediatamente a seguir ao início do período pós-intervalo. À semelhança do desafio da jornada inaugural, no lance do segundo tento, o central Dário Khan voltou a marcar na própria baliza, aos 46 minutos, dando vantagem aos egípcios, para, aos 80, o então recém-entrado Gedo, tal como o havia feito diante da Nigéria, assinar o golo da vitória.

Com a segunda vitória na prova, Egipto carimbou o passaporte para os quartos-de-final da 27ª edição do Campeonato Africano das Nações Angola-2010, na qualidade de vencedor do Grupo “C”, somando seis pontos, a uma jornada da conclusão da primeira fase. Nigéria, que sábado derrotou Benin por uma bola sem resposta, tento da autoria de Yakubu, na transformação de uma grande penalidade, tem três pontos, Moçambique e Benin um cada. Na derradeira ronda, esta quarta-feira, os campeões em título defrontam os beninenses, em Benguela, enquanto “Super Águias” e “Mambas” jogam o tudo por tudo pela qualificação na cidade do Lubango.

Mas a primeira selecção a garantir a presença na segunda fase é a da Costa do Marfim, mercê do seu triunfo sobre o Gana por 3-1, num espectacular duelo de estrelas disputado sexta-feira em Cabinda. Hoje, com a excessiva avidez dos seus adeptos, Angola decide o seu futuro quando, no Estádio 11 de Novembro, em Luanda, enfrentar a Argélia, também animada após ganhar ao Malawi. Este, por seu turno, escala Cabinda para o frente-a-frente com o Mali.

ALEXANDRE ZANDAMELA, em Benguela

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